Poluição da Baía pode atrapalhar planos de eleger Pão de Açúcar

Data: 10/12/2008

Poluição da Baía pode atrapalhar planos de eleger Pão de Açúcar


RIO - Enquanto os governos do Estado e municipal se esforçam para eleger o Pão de Açúcar no concurso as “Sete Maravilhas Naturais do Mundo”, resta um entrave: a despoluição da Baía de Guanabara.

Embora a Secretaria de Estado de Ambiente e a Cedae afirmem que o projeto está de vento em popa, imagens da ONG Olho Verde revelam o lançamento de esgoto in natura (sem tratamento) na enseada de Botafogo e na Marina da Glória, na Zona Sul, áreas do entorno do Pão de Açúcar.

O esgoto é despejado na Baía através de galerias de águas pluviais - por onde deveriam passar apenas águas da chuva. Conexões clandestinas ou transbordamento de esgoto são as mais prováveis causas do problema.

As imagens foram captadas no último dia primeiro, quando a poucos metros dos locais, a Unidade de Tratamento do Rio Carioca, no Flamengo, estava com suas atividades paralisadas. A Rio Águas - concessionária responsável pela estação – informou, por nota, que a unidade passa por manutenção técnica. Segundo a assessoria da Rio Águas, a unidade é usada para tratar o curso hídrico da região.

- Dessas galerias eram para sair água translúcida e não esgoto in natura. Na Marina da Glória a situação é ainda pior, onde há um enorme vazamento de esgoto que nunca foi tratado pelo poder público. Isso é uma agressão ao meio ambiente. Os governos se uniram para eleger o Pão de Açúcar como uma das Sete Maravilhas Naturais do Mundo, mas o projeto de despoluição da Baía de Guanabara parece não estar sendo executado – denuncia o ambientalista da Olho Verde, Mário Moscatelli.

A Cedae confirma o despejo de esgoto na Baía, na altura da Marina da Glória, e acrescenta ainda, que a rede nunca teve tratamento. Porém, a empresa garante que o problema será solucionado em 2009, ainda sem data prevista, e que outras ações similares são executadas na cidade, como o corte do despejo in natura de esgoto da Perimetral, da Praça Mauá e do Rio Maracanã.

Segundo a assessoria da Cedae, em dois anos a empresa evoluiu quanto ao desvio do volume de esgoto desembocado na Baía de Guanabara, passando de 400 litros por segundo para 2.500 litros por segundo. A previsão é de que 98% das impurezas do esgoto sejam eliminadas através de um tratamento, que integra uma das ações do projeto de despoluição da Baía de Guanabara.

Quanto à possibilidade de ligações clandestinas, a Cedae informa que a fiscalização é de responsabilidade da Fundação Estadual de Engenharia de Meio Ambiente (Feema). Ninguém da fundação foi encontrado para comentar o assunto.




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