FAPESP avalia impacto de programas

Data: 05/10/2011
Três programas da FAPESP – Bolsas, BIOTA e Equipamentos Multiusuários (EMU) – terão seus impactos avaliados por uma pesquisa conduzida pela Diretoria Científica da Fundação, com apoio do Grupo de Estudos sobre Organização da Pesquisa e da Inovação (GEOPI) do Departamento de Política Científica e Tecnológica do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Serão convidados a responder à pesquisa todos aqueles que solicitaram auxílio aos programas EMU e BIOTA entre 1998 e 2009 e os que solicitaram Bolsas entre 1995 e 2009.

Os questionários relativos ao programa EMU começarão a ser enviados no decorrer desta semana. Na segunda semana de outubro será a vez dos questionários relacionados às bolsas. O programa BIOTA-FAPESP já teve sua fase de coleta de dados encerrada.

De acordo com Sérgio Salles-Filho, coordenador da pesquisa, o objetivo da iniciativa é captar as percepções de pesquisadores que foram contemplados com o financiamento e daqueles que não tiveram seus projetos aprovados nos programas.

“A avaliação fornecerá à FAPESP informações fundamentais para que a Fundação possa dirigir melhor suas linhas de fomento e atender melhor ao público, mostrando à sociedade que vale a pena investir em ciência. Sabemos que os programas têm impacto positivo, mas é importante medi-los e mostrar quais são”, disse o diretor da Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp à Agência FAPESP.

Salles-Filho destaca que a avaliação tem três objetivos principais: avaliar impactos dos programas na produção científica e na sociedade; fornecer um referencial para planejamento da FAPESP; e dar satisfação à sociedade pelos investimentos feitos ao longo dos anos.

No caso das bolsas, um dos objetivos da avaliação é ajudar a entender de que forma a concessão de Bolsas da FAPESP influencia a trajetória profissional e a produção de ciência, tecnologia e inovação.

“Avaliaremos os efeitos que o fomento da FAPESP trouxe à sociedade brasileira ao oferecer número expressivo de bolsas que vão da iniciação científica ao doutorado. Vamos poder estimar não só os impactos na produção de conhecimento, mas também os desdobramentos econômicos, sociais e o próprio impacto na trajetória profissional das pessoas”, disse.

No caso do EMU, o principal objetivo é avaliar em que medida o programa trouxe benefícios para a produção científica e tecnológica, além de, mais uma vez, fornecer estimativas sobre o seu impacto econômico e social.

“Além de mensurar os impactos dos programas em várias dimensões, o segundo objetivo é reunir informações que possam melhorar as ações da FAPESP. Conhecendo os resultados, poderemos corrigir e melhorar a atuação da Fundação, para que seus impactos sejam ainda mais positivos. Dessa forma, a avaliação será também um instrumento de planejamento”, explicou.

O terceiro grande objetivo da avaliação, segundo Salles-Filho, é dar satisfação à sociedade pelos recursos públicos investidos. “Queremos que a sociedade saiba por que vale a pena investir recursos nesses programas”, disse.

De acordo com Salles-Filho, é importante a participação dos pesquisadores que tiveram solicitações de bolsas e projetos denegadas, pois a metodologia do estudo exige que exista termo de comparação entre a trajetória profissional dos solicitantes que foram beneficiados e aqueles que não obtiveram o apoio.

“A participação dos que tiveram projetos denegados é fundamental. O estudo de avaliação é como um experimento para o qual precisamos de um grupo de controle. Além disso, esses solicitantes que não foram atendidos têm muito a dizer à FAPESP. Sua contribuição ajudará a Fundação a planejar melhor seus investimentos. Queremos que a FAPESP conheça os resultados de seus investimentos para que possa melhorar seu atendimento da sociedade como um todo”, disse.

Avaliação de programas

Cada pesquisador convidado a participar da pesquisa receberá, por e-mail, um link que dará acesso ao seu questionário individual. Os questionários já vêm com os dados do pesquisador e do projeto preenchidos, com base no currículo Lattes, a fim de facilitar a participação. Os questionários apresentam um conjunto de cerca de 20 questões que podem ser respondidas em cerca de 30 minutos. Os dados são absolutamente sigilosos.

“Serão cerca de 700 questionários para o Programa EMU e cerca de 52 mil questionários para o programa de Bolsas, entre projetos aprovados e denegados. Os questionários ficarão disponíveis por um mês cada. Depois disso, a montagem do banco de dados e a análise levarão mais três meses. Portanto, os resultados deverão ficar disponíveis no mês de março de 2012”, contou Salles-Filho.

O coordenador da pesquisa destaca que a FAPESP tem experiência com procedimentos semelhantes na avaliação de programas. A partir de 2004, por exemplo, a FAPESP analisou e mapeou o parque de equipamentos financiado pela Fundação e, em 2008, concluiu uma avaliação de resultados do programa de bolsas, analisando a trajetória profissional de seus ex-bolsistas.

Os dois estudos foram divulgados, respectivamente, nas publicações Parque de Equipamentos de Pesquisa e Perfil e trajetória acadêmico-profissional de bolsistas da FAPESP.

Segundo Salles, naqueles estudos foi realizada uma avaliação de resultados. No trabalho atual, busca-se uma avaliação de impacto. “Desta vez, o estudo se interessa pelos efeitos que os resultados das pesquisas tiveram na sociedade sobre vários pontos de vista, como ambiental, social e econômico”, afirmou.

Em 2008, foram apresentados os resultados do projeto de avaliação de quatro programas: Pesquisa Inovativa na Pequena e Micro Empresa (PIPE), Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE), Programa de Pesquisa em Políticas Públicas e Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes.

Mais informações: www.fapesp.br




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