Oportunidade verde

Data: 03/10/2011
Se algumas empresas trabalham para se adequar a nova realidade que se desenha no mundo dos negócios, outras já saem na frente porque estão nascendo com um novo olhar incorporado e aproveitando as novas oportunidades que se abrem com o engajamento de pessoas, governos e do setor privado.

A integração entre comunicação, marketing, ações e atitudes fazem da empresa “Florestas Inteligentes” um exemplo desse incipiente nicho de companhias que já são fundadas com ações sociais e ambientais. A empresa produz mudas de árvores de 130 espécies em parceria com 40 famílias carentes e presidiários, que recebem um salário mínimo pelo trabalho de busca de espécies e cultivo das mudas. A empresa mantém dois viveiros, em uma área de 7,8 hectares, no Centro de Progressão Penitenciária Dr. Edgard Magalhães Noronha, conhecido como Pemano, em Tremembé.

Antes de iniciar nos trabalhos as pessoas passam por um processo de qualificação realizado com o apoio de professores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (ESALQ-USP).

A empresa, criada em setembro, produziu durante 18 meses 1,5 milhão de mudas, plantadas em vasos biodegradável produzidos com palha de arroz. “A ideia foi fazer dessa forma porque é assim que tem que ser. Sustentabilidade não é mais modismo, mas sim uma conduta de vida. Se não for dessa forma, nada fica de pé. Não adianta pensar em apenas um dos pilares”, explica Paulo Augusto Franzine, um dos fundadores da empresa, que lembra que inclusive o substrato utilizado na produção das mudas é produzido pelos detentos com produtos de procedência certificada.

Para completar o ciclo verde, as árvores serão vendidas ao mercado formado por clientes (pessoa física, empresas e governos) que queiram fazer reflorestamento ou que tenham o objetivo de compensar sua pegada carbônica. Juntas, as mudas já cultivadas são suficientes para por em pé uma floresta de cerca de oito campos de futebol. Ainda este ano, Franzine quer oficializar parcerias com outros presídios paulistas e, nos próximos anos, lançar franquias do projeto.

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