Cetesb vai contabilizar número de cidades paulistas que "exportam" lixo

Data: 03/12/2008

Cetesb vai contabilizar número de cidades paulistas que


O destino do lixo produzido em São Paulo levou a Cetesb a incluir em seu próximo relatório, que deve ficar pronto até março de 2009, a relação dos municípios que "exportam" seu lixo para cidades vizinhas. Sem programas eficazes de reciclagem, é cada vez maior a quantidade de lixo depositada em aterros, que rapidamente atingem a capacidade máxima.

Há ainda outra preocupação em curso: o e-lixo. A maioria dos consumidores não sabe que destino dar a pilhas, baterias, celulares, computadores, televisores, DVD"s, CD´s, rádios, lâmpadas fluorescentes, que podem contaminar o solo e as águas, com danos à saúde e ao meio ambiente.
A Cetesb estima que a reciclagem poderia reduzir o lixo gerado em cerca de 30% a 35%. Hoje, no entanto, a estimativa mais otimista é que São Paulo consegue reciclar 5% do lixo produzido. Na capital, a quantidade não passa de 2%.

O governo do estado oferece dois fundos para investimentos em tecnologia de recolhimento e destinação do lixo os municípios. Osasco, na Grande São Paulo, adotou um modelo capaz de fazer frente à incansável reclamação dos prefeitos contra a falta de recursos: implantou a primeira Parceria Público-Privada para coleta de lixo do país.

O contrato prevê investimento de R$ 834,6 milhões em 30 anos e foi aprovado pelo Tribunal de Contas do Estado e pelo Ministério Público. Inclui a execução de obras para evitar o colapso do aterro local, a compra de terreno e construção de um novo aterro público, uma estação de tratamento de chorume (líquido proveniente do lixo), implantação de usina de compostagem e de estação de tratamento de efluentes.

Quinta maior cidade paulista, Osasco produz diariamente 500 toneladas de lixo domiciliar. Calcula-se que cerca de 30% são passíveis de reciclagem, podendo gerar renda e trabalho. Os primeiros passos estão sendo dados com a coleta seletiva e a triagem, feita por duas cooperativas de catadores. As centrais de triagem empregam atualmente 96 pessoas.

Responsável pela formatação do projeto de PPP, o consultor Newton Albuquerque explica que a idéia é, no futuro, usar os 70% restantes do lixo para produção de energia. Depois de separados os materiais reaproveitáveis, a sobra deve ser prensada para eliminar a água (chorume) e, em seguida, ser mantida em galpões de secagem para ser queimada e transformada em energia. Ao retirar a água e compactar os resíduos, o risco de contaminação e o mau cheiro diminuem, criando condições para estocagem e queima em escala.

Com apoio do Fundo Estadual de Recursos Hídricos, foi lançado ainda um programa de educação ambiental para levar aos bairros noções sobre preservação de recursos naturais e importância da reciclagem do lixo. Cada bairro terá três palestras sobre o tema - "O que é Meio Ambiente", "A problemática do lixo" e "Gestão compartilhada dos resíduos sólidos" - e serão distribuídas cartilhas de orientação para que os moradores separem o lixo já em suas casas e encaminhem às centrais de triagem. A meta é que, em dois anos, a coleta seletiva funcione em toda a cidade.




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