Tamanduateí (SP) tem nascente contaminada

O Rio Tamanduateí está contaminado desde a sua nascente, em Mauá, principalmente por microorganismos encontrados em fezes humanas como Escherichia coli e Giárdia lamblia. A constatação é resultado de um estudo do Centro Universitário Fundação Santo André que omeçou a ser feito no segundo semestre de 2007.

Durante este período, seis pontos do Tamanduateí foram analisados ao longo de 12 quilômetros do Jardim Itapeva, onde nasce o rio, até o bairro Santa Terezinha, em Santo André. O estudo é encabeçado pela pesquisadora Simone Garcia de Ávila, do curso de Química, e orientado pelo professor Ricardo Ferreira de Andrade.

Andrade disse que hoje os níveis de poluição da nascente não permitem mais o consumo da água, que serve apenas para banhos e navegação. "É um nível de poluição que permite usar a água, mas não se pode beber", ressalta o acadêmico. "Se a contaminação já atinge a nascente é porque não está havendo controle nenhum", explicou Andrade.

Para se ter uma idéia, 300 metros depois da nascente, o nível da bactéria Escherichia coli é muitas vezes maior do que onde o rio começa. O micróbio pode causar infecção do trato urinário e diarréia. O resultado do estudo aponta para a falta de redes de esgoto na região cortada pelo Tamanduateí.

Em Mauá, por exemplo, dos 83% do esgoto coletado na cidade apenas 3% são tratados, porcentagem que representa os bairros no entorno dos jardins Sônia e Silvia Maria. A maior parte dos detritos in natura produzidos no município vai para o Rio Tamanduateí. Em outros pontos do rio, distantes da nascente, além da contaminação por esgoto doméstico há ainda dejetos industriais, sobretudo na região onde estão instaladas as indústrias do Pólo Petroquímico, no bairro Capuava.

O professor Andrade afirmou que a próxima fase da pesquisa servirá para averiguar se há metais pesados no rio como mercúrio, cádmio e chumbo e também a relação da população que vive no entorno das águas com o rio poluído.


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