ONU quer universalizar energia até 2030

Data: 05/07/2011
É difícil imaginar nossas vidas sem eletricidade. Afinal, ela é um recurso essencial para coisas básicas como transporte, comunicação, alimentação e lazer. Apesar disso, a ONU estima que atualmente 1,4 bilhão de pessoas sofram com a falta de acesso a serviços modernos de energia. Para enfrentar tal situação, o PNUD se junta à AIE (Agência Internacional de Energia) e à UNIDO (Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial) em um chamado global para universalizar o acesso à eletricidade até 2030.

De acordo com Rebeca Grynspan, administradora associada do PNUD, o objetivo demanda um investimento adicional de US$ 40 bilhões por ano, o que representa menos de 3% do montante global aplicado no setor. “As três metas que estão sendo propostas para 2030 são: acesso universal à energia, redução de 40% no consumo e o alcance da marca de 30% em energia renovável dentro do mix global dos recursos elétricos”, diz.

O dinheiro extra se faz necessário porque as projeções indicam que 1,2 bilhão de pessoas permanecerão sem acesso à energia elétrica em 2030 apesar dos esforços atuais. Já a quantidade de pessoas que fazem uso de carvão e outras biomassas deve subir no período, passando de 2,7 para 2,8 bilhões. A OMS estima que a poluição doméstica gerada por essas fontes tradicionais mata 1,5 milhão de pessoas todos os anos, mais de 4 mil por dia. A taxa supera a projeção para 2030 de mortes causadas por HIV, malária ou tuberculose.

“Temos que construir um movimento global para universalizar o acesso à energia. Alcançar esse objetivo é possível, e isso pode retirar mais de um bilhão de pessoas da carência extrema desse recurso”, disse a representante do PNUD durante o Fórum de Energia de Viena, realizado entre 21 e 23 de junho.

Uma dos desafios do setor é uma distribuição mais igualitária de energia, pois os 75% mais pobres do mundo utilizam apenas 10% da oferta global. Além disso, 85% das pessoas sem acesso ao recurso vivem em áreas rurais. No Brasil, o problema atinge 2,2% da população, segundo dados do PNUD referentes a 2008.

Iniciativas em andamento

Em dezembro do ano passado as Nações Unidas designaram 2012 como o “Ano Internacional para a Energia Sustentável para Todos”. O tema será um dos principais assuntos tratados em eventos globais como a conferência Rio+20, que será realizada em junho no Rio de Janeiro. Além disso, na última década, o PNUD ajudou países a investir mais de US$ 2,5 bilhões em projetos que levaram energia sustentável a 10 milhões de pessoas em todo o mundo. No Nepal, por exemplo, mais de 100 mil se beneficiaram de uma rede de micro-hidrelétricas criadas com o apoio da agência da ONU e do Banco Mundial.

Em um esforço para apoiar os governos, o PNUD lançou recentemente o “Catalysing Climate Finance”, um guia com o passo-a-passo para os governos interessados em atrair investimentos em energia limpa por meio de políticas públicas, financiamentos e legislação nacional e internacional.

“Precisamos apoiar o desenvolvimento de novas políticas, estruturas e instituições reguladoras eficazes, além de firmar parcerias com o setor privado e a sociedade civil a fim de impulsionar as inovações no setor”, conclui Rebeca.

(PNUD Brasil)




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