FAPs em perspectiva

Data: 17/06/2011

FAPs em perspectiva


Um dossiê sobre as Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) é o destaque da edição de junho da revista eletrônica ComCiência, publicada pelo Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pela Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC).

As FAPs são foco de cinco reportagens e cinco artigos, que abordaram o tema sob diversas perspectivas. O editorial Memorial da FAPESP é de autoria de Carlos Vogt, coordenador do Labjor e ex-presidente da FAPESP.

A edição traz entrevista com Mario Neto Borges, presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), que fala sobre o Sistema Nacional de CT&I e discute a atuação das FAPs, seus gargalos e seu potencial para transformar a ciência nacional.

As cinco reportagens incluídas no dossiê tratam dos temas “Gestores e instituições de CT&I reivindicam legislação específica para a área”, “A institucionalização da pesquisa e o sistema nacional de CT&I no Brasil”, “Aumento de recursos e articulação propiciam ampliação de ações”, “A demografia do desenvolvimento científico e tecnológico no Brasil” e “FAPs incrementam pesquisa e inovação e se unem em parcerias”.

O diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, participa do especial com o artigo “Desafios e estratégias para a cooperação internacional em pesquisa no Brasil e as FAPs”.

No artigo, Brito Cruz pondera que a busca de maior impacto mundial para o conhecimento criado no Brasil é um dos desafios mais importantes para a ciência do país nesta década. “A produção de ciência de maior qualidade requer a colaboração entre os cientistas mais capazes e, por isso, em muitos casos, é importante ultrapassar as fronteiras”, diz o artigo.

Brito Cruz aponta iniciativas da FAPESP que têm contribuído para a internacionalização da ciência nacional e defende que as FAPs – cujo desenvolvimento tem sido fundamental para o desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil - podem ter um papel fundamental na intensificação da cooperação internacional em pesquisa.

“É de todo desejável que os governos estaduais prestigiem suas FAPs, como São Paulo sempre fez e como o Rio de Janeiro e Minas Gerais chegaram a fazer depois de 2006”, disse.

O artigo “Quanto vale o investimento em ciência, tecnologia e inovação?”, de Sergio Salles-Filho, diretor da Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp, é outro destaque da publicação.

Salles-Filho discute os desafios metodológicos da construção de indicadores de avaliação e da mensuração de impactos dos investimentos em ciência e tecnologia. Segundo ele, agências de fomento, empresas, secretarias estaduais e ministérios compilam indicadores que tendem cada vez mais a ser comparáveis no Brasil e no exterior.

“Isto é bom porque faz pouco tempo não tínhamos indicadores sistemáticos que permitissem aquilatar nosso esforço de pesquisa e de inovação. Nessa matéria, o Brasil avançou nos últimos 15 anos”, disse o pesquisador, que também integra as Coordenações de Programas Especiais da FAPESP.

O desafio da construção de métodos de avaliação de impactos também foi abordado por Salles-Filho. Segundo ele, esses desafios metodológicos têm sido enfrentados em trabalhos de avaliação de impactos conduzidos pelo Grupo de Estudos sobre Organização da Pesquisa e da Inovação (Geopi), do qual faz parte.

“Dos trabalhos mais importantes destaca-se a avaliação dos programas da FAPESP. Por iniciativa do conselho administrativo da Fundação, um conjunto de estudos de impactos teve início em 2007. A ideia da FAPESP é justamente a de medir efetivamente impactos dos investimentos realizados em seus programas”, apontou.

Veículos de divulgação

Mestrando em divulgação científica e cultural pela Unicamp, o jornalista Fábio Reynol contribuiu com o artigo “Por que as fundações estaduais de apoio à pesquisa investem em comunicação”.

Reynol, ex-repórter da Agência FAPESP, aponta que os investimentos que as FAPs têm feito na área de comunicação têm ajudado a mudar, aos poucos, uma realidade incômoda: apesar da importância fundamental das FAPs para o país, essas instituições ainda são desconhecidas para boa parte da população brasileira.

“Rio Pesquisa, Pesquisa FAPESP, Minas faz Ciência e Amazonas faz Ciência são revistas produzidas pelas fundações fluminense, paulista, mineira e amazonense, respectivamente. Não são periódicos técnico-científicos, são veículos de comunicação voltados ao público leigo e que divulgam a ciência apoiada pelos agentes financiadores”, disse.

O artigo também destaca o papel da Agência FAPESP, que tem, entre seus assinantes, um público multiplicador: jornalistas de vários veículos de comunicação que se baseiam nas matérias da agência para alimentar suas publicações.

“Os jornalistas da agência fazem um trabalho que os colegas das grandes redações não têm tempo de fazer, o de ler os índices de periódicos científicos em busca de pesquisas de interesse público. Com isso, poupam tempo das grandes redações que usam as matérias da Agência FAPESP para pautar suas editorias de ciência.

“Núcleo apoia atuação de agências de fomento à inovação em MG” é o tema do artigo assinado por Adelaide Baêta, Vanessa Paiva e Reginaldo de Jesus Lima – todos do Núcleo de Estudos em Ciência, Tecnologia e Inovação (NCiTI).

O artigo “Gestão pública flexível e ágil por meio do Sigfap (Sistema de Informação e Gestão de Projetos da FAP)” foi a contribuição de Marcelo Turine, Camilo Carromeu, Márcio da Silva e Maria Istela Cagnin.

ComCiência: www.comciencia.br


Agência Fapesp


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