Sistema premiado Projeto da Esalq propõe utilização do lodo de esgoto em composto cimentício

Data: 21/11/2008

Sistema premiado Projeto da Esalq propõe utilização do lodo de esgoto em composto cimentício


Piracicaba - O projeto "Aproveitamento do lodo de ETE de indústria de papel na produção de compósitos cimentícios para a construção civil", sob orientação da professora Adriana Maria Nolasco, do departamento de Ciências Florestais, propõe um sistema de aproveitamento do lodo da estação de tratamento de efluentes (lodo de ETE), Classe II-A (ABNT: NBR 10004, 2004), com características favoráveis para adição de compósitos com aglomerantes hidráulicos.

O projeto recebeu o 1º lugar na "Olimpíada USP de Inovação - da idéia ao produto - da academia para o mercado". Os compósitos são produzidos com areia média lavada, cimento CPII-E32 e resíduo, chegando à condição de argamassa.

Com adição de brita podem ser obtidos concretos com funções estruturais, passíveis de moldagens para diferentes componentes construtivos, como blocos de vedação sem função estrutural, pisos intertravados, placas para forro, painéis de vedação e outros. Os pesquisadores revelam que cada percentual de resíduo é adequado para determinadas aplicações.

Em geral, percentuais que apresentam baixa quantidade de resíduos são recomendados para componentes que exigem maior resistência à compressão, enquanto que percentuais com alta quantidade de resíduo são recomendados para componentes que não exigem alta resistência, mas sim valores baixos de massa específica.

O aproveitamento do lodo de ETE de indústria de papel na produção de compósitos cimentícios para a construção civil não só reduz o impacto ambiental como também os custos de tratamento, transporte e disposição destes resíduos. Atualmente, cerca de 220 indústrias de celulose e papel encontram-se espalhadas pelo Brasil, gerando grande volume de resíduo. O custo para dispor desse resíduo é muito alto e, por meio desse estudo, encontrou-se uma solução que poderá ser útil a indústrias de papel, com benefícios ambientais e econômicos e, também, a indústria da construção civil.

Sobre a participação no evento, a pesquisadora Adriana Nolasco diz que "é muito bom participar de uma iniciativa como a Olimpíada USP Inovação, não só pelo prêmio conquistado, mas porque essa oportunidade trás um outro aprendizado para nós pesquisadores, que é justamente o de pegar esse conhecimento científico, organizá-lo de forma a pensar no produto final, no mercado, nos beneficiados com o processo, então é um grande desafio que tem sido bem interessante".



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