Caern participa de projeto ambiental com reuso de esgoto tratado

Data: 27/04/2011

Caern participa de projeto ambiental com reuso de esgoto tratado


Pense em uma equação que envolve produção de lenha ecológica, preservação de vegetação nativa e educação ambiental de estudantes e agricultores de nove cidades do Sertão e do Litoral Potiguar. Adicione a isso, o bônus da geração de emprego e renda. Este é um resumo do Projeto "Caatinga Viva", que será lançado na quinta-feira (28), no auditório da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (Uern) em Assu. A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) participa desta iniciativa que vai abranger os municípios de Assu, Carnaubais, Alto do Rodrigues, Ipanguaçu, Pendências, Macau, Porto do Mangue, Afonso Bezerra e Itajá. O projeto terá dois anos de duração.

Representantes de todas as instituições envolvidas no pojeto devem estar presentes ao lançamento, além da Caern, como do Programa Petrobras Ambiental, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Associação Norte-Riograndense de Engenheiros Agrônomos (Anea), da ong "Carnaúba Viva", do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRN) e Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh). O evento deve contar ainda com a presença de prefeitos da região, empresários, ceramistas, agricultores e carnaubeiros da região.

Essa união de esforços de diversas instituições do Estado e federais deve recuperar 60 hectares de Caatinga e capacitar 10 mil pessoas – agricultores e alunos de escolas públicas – na área de educação e preservação ambiental. "É a primeira ação de reuso de esgotos em escala real da qual a Caern participa", destaca Marcos Calazans, pesquisador da Gerência de Desenvolvimento Técnico e Controle de Perdas da Companhia. Ele lembra que a linha-mestra do projeto foi traçada pela Embrapa.

A maior parte de recursos destinados ao projeto é aplicada pela Petrobras Ambiental, cerca de R$ 3,3 milhões. O custo total ultrapassa R$ 4 milhões, com a participação da Caern, IFRN, Embrapa, Anea e a Organização Potiguar de Arte, Cultura, Desporto e Meio Ambiente "Carnaúba Viva", responsável pela propositura desta ação, e que firmou convênio com a estatal petrolífera, por meio do Programa Petrobras Ambiental, em 4 de janeiro de 2011. Dentre 928 projetos de sustentabilidade de todo o Brasil, este foi um dos 44 selecionados.

REUSO

Várias ações serão realizadas pelos parceiros envolvidos e a Caern vai atuar em três frentes com a disponibilidade de unidades, realização de cursos e pesquisa científica. O forte na participação da Companhia é testar, juntamente com a Embrapa e o IFRN, se o reuso do esgoto tratado, rico em insumos básicos para a prática agrícola como fósforo, nitrogênio e potássio, é viável como fertilizante para o plantio de diversas espécies de capim e interage de forma positiva com o solo salino da região. "Integrarão essa experiência as Estações de Tratamento de Esgotos de Macau, Pendências, Carnaubais e Afonso Bezerra", menciona Marcos Calazans.

Se determinada cultura de capim demonstrar ser viável para a geração de energia, esta será uma das matérias primas para alimentar os fornos das cerâmicas do Vale do Açu, e estas deixarão de utilizar lenha de árvores da Caatinga como a Jurema, por exemplo. Este pode ser o fim da prática que tem devastado a vegetação da região ao longo dos anos. Ao lado dos restos de folhas de carnaúba e da podação de árvores de empresas de fruticultura, o capim será processado em uma fábrica a ser construída em Ipanguaçu. Uma unidade ecologicamente correta.

Os três componentes - capim, folhas de carnaúba descartadas e restos de podação - serão transformados em briquetes, lenha ecológica prensada e em forma de rolo que será vendida às cerâmicas do Vale, que além de deixarem de poluir, contribuirão para a manutenção da atividade econômica e geração de empregos na fábrica de Ipanguaçu.

www.caern.rn.gov.br





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