Moradores de comunidade baiana se dividem sobre suspeita de contaminação da água
Um pouco acima da pracinha moram as famílias que consumiram a água supostamente contaminada nos poços artesianos. Entre elas, está o casal Nedino Fernandes, 95 anos, e Antônia de Jesus, que não se lembra ao certo da idade. Lúcido e com aparência bastante saudável para a idade avançada, o morador disse não temer qualquer problema clínico em decorrência do consumo. Não tenho medo não. Já tomei [a água"> e tô perto de morrer mesmo .
Antônia é mais comedida. Relata ter sentido nos últimos meses fadigas e disenteria, mas não sabe se é por causa da água. Ela conta que, certa vez, ao lavar roupa perto do poço, veio uma catinga [mau cheiro"> forte e fiquei muitos dias com o coração batendo acelerado. A dona de casa recordou que o aviso de que o poço estava cheio de veneno por parte do Greenpeace veio acompanhado de uma recomendação para não se comer frutas nem ovos de galinha dali, porque já estariam contaminados por radiação.
O vizinho do casal, Sinval Neves Dias, 42 anos, suspeita de que a leucemia de sua mulher tenha relação com o uso da água. Enquanto espera um resposta conclusiva das autoridades, reclama, porém, que comercializar a produção local ficou praticamente impossível. O pessoal de fora não quer mais comprar produtos da região. Se levar na feira e falar que é daqui, não vende.
Dias classifica as atividades da INB, apesar dos empregos gerados, de nociva para a região. Eles tiram muita água do lençol freático, assinalou. Até hoje a a gente não sabe se essa radiação vai provocar contaminação nas crianças e se vamos ter algum auxílio para tratar, acrescentou.
Outro que se incomoda com a incerteza e confessa temor é Sinvaldo dos Santos, 37 anos. Tem que ficar com medo. Ninguém sabe se [a radiação"> é da terra ou da INB. Já Zelito Pereira, 63 anos, acha que o assunto teve repercussão exagerada sem uma certeza da real situação. Por enquanto é só converseira e a firma [INB"> fala que não tem contaminação. A Defesa Civil do estado da Bahia lacrou os poços suspeitos de contaminação e encaminhou caixas com 8 mil litros d'água para as famílias.
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