Os desafios do desenvolvimento sustentável
O mundo moderno passa por uma fase exponencial de crescimento, especialmente nas últimas décadas e há tempos discute-se até quando os recursos naturais disponíveis no planeta vão suportar a demanda extremamente elevada. O esforço para o desenvolvimento pode originar problemas graves ao meio ambiente. Hoje, nós enfrentamos esse desafio o tempo todo, afirma José Goldemberg, presidente do Conselho de Sustentabilidade da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio), que na manhã desta terça-feira (22/3), coordenou do evento: Licenciamento Ambiental x Desenvolvimento, para debater as dificuldades e possíveis soluções para o setor.
Para Goldemberg, um exemplo de como a falta de planejamento pode causar danos irreversíveis ao meio ambiente aconteceu com o Mar de Aral durante o regime da extinta União Soviética. O lago já foi considerado como o quarto maior do mundo com 68 mil km², mas, após a demanda do governo soviético pela produção de algodão, perdeu espaço devido a diversos canais de irrigação construídos. Hoje, a região passa por um forte processo de desertificação e a população sofre com a escassez de água doce devido à poeira salina.
Entretanto, a preocupação com o desenvolvimento sustentável traz à tona uma nova oportunidade de negócios: a economia verde. Quem não se adaptar a essa modalidade vai, em pouco tempo, enfrentar problemas de sobrevivência no mercado, aposta o secretário de Estado Adjunto do Meio Ambiente Rubens Naman Rizek Jr. O especialista garante que, hoje, as organizações são cobradas pelos próprios consumidores e o hábito é cada vez maior no Brasil. Eles exigem que a postura das empresas que se coadunam com os mandamentos da ética ambiental, completa.
Outro ponto debatido no encontro foi a disparidade das condições do saneamento básico no Estado de São Paulo para outras regiões do Brasil. Segundo o assessor da presidência da Sabesp, André Lerda, a situação é complicada, uma vez que 36 milhões de brasileiros não têm acesso à rede de água e 94 milhões não são atendidas pela rede de esgoto. Em São Paulo, por exemplo, nas 363 cidades que a Sabesp atua, a previsão é de universalizar os serviços de abastecimento, coleta e tratamento de esgoto até 2020. No Estado a situação é bem melhor do que na maior parte do País, afirma.
Por fim, a Fecomercio acredita que o desenvolvimento é fundamental para o progresso do País, principalmente com a aproximação de eventos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, porém desde que este esteja focado em utilizar os recursos naturais com inteligência e causar o mínimo de impacto ambiental possível.
(Fecomercio)
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