Investidores devem levar em conta mudanças climáticas, alerta consultoria

Data: 18/02/2011

Investidores devem levar em conta mudanças climáticas, alerta consultoria



O sucessivo adiamento de ações políticas em relação às mudanças climáticas e falta de coordenação internacional podem custar a investidores institucionais trilhões de dólares ao longo das próximas décadas. Pelo menos essa é a conclusão de um estudo realizado pela Mercer e um grupo de investidores de vários países.

O relatório Climate Change Scenarios – Implications for Strategic Asset Allocation (Cenários de mudança climática – Implicações para distribuição de recursos estratégicos) analisa os potenciais impactos financeiros das mudanças climáticas nas carteiras de ações dos investidores. Esses impactos são identificados através de quatro cenários de mudanças climáticas projetados para 2030, e levam em consideração as diferenças regionais e o êxito – ou não – no combate à redução de emissões dos gases do Efeito Estufa.

“Esse projeto nos deu uma visão da complexidade dos efeitos que as alterações climáticas podem ter nos riscos e lucros das carteiras de ações. As mudanças climáticas são fonte de incerteza. Embora não haja uma resposta definitiva para lidar com essa incerteza, nós continuaremos a colocar esse assunto nas pautas de nossos investimentos”, disse Jaap van Dam, diretor de estratégia da PGGM Investments e participante do estudo.

A pesquisa aponta uma série de etapas que os investidores institucionais devem considerar para uma distribuição de recursos estratégicos. Na análise, é esboçada a ‘estrutura TIP’, que pode ser usada pelos investidores para melhorar seu entendimento sobre os riscos e oportunidades em investimentos relacionados ao clima, considerando os recursos disponíveis. Essa estrutura leva em consideração a taxa de investimento através das tecnologias (T) de baixo carbono, dos impactos (I) no ambiente e o custo implicado no desenvolvimento de políticas (P) globais em relação a estes quatro cenários.

Os dados alertam que enquanto novas tecnologias no aperfeiçoamento de eficiência, energia renovável, biocombustíveis, captura e armazenamento de carbono poderão levar as oportunidades de investimento a até U$5 trilhões, a mudança para uma economia de baixo carbono também enfraquecerá investimentos que não se adaptarem.

A consultoria de investimentos da Mercer recomenda que os investidores institucionais tenham cada vez mais contato com setores ‘sensíveis ao carbono’ como o de infra-estrutura e o imobiliário, para proteger as carteiras de investimentos dos riscos das alterações climáticas e dos recursos escassos e para potencializar os ganhos.

De acordo com as informações, os custos dos impactos climáticos no ambiente, na saúde e na alimentação poderão alcançar U$4 trilhões até 2030, caso uma ação rigorosa seja adiada. A incerteza sobre um acordo climático mundial poderia também aumentar o custo das emissões de carbono para U$8 trilhões até 2030, diz o relatório, e acrescenta que o melhor para os investidores institucionais é estimular o quanto antes as aplicações de ações regionais, nacionais e internacionais para evitar este panorama.

Andrew Kirkton, chefe do escritório de investimentos da Mercer, afirmou que “as mudanças climáticas trazem implicações fundamentais para os padrões de investimento, riscos e ganhos. Investidores deveriam considerar fatores de longo prazo, como as mudanças climáticas, em seus planos de estratégia”.

(Insitituto CarbonoBrasil)



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