Projeto da Unicamp desenvolve sistema de tratamento de esgosto doméstico com plantas ornamentais

Data: 18/08/2008

Projeto da Unicamp desenvolve sistema de tratamento de esgosto doméstico com plantas ornamentais


O sistema, desenvolvido como tese de doutorado, utiliza espécies ornamentais fixadas em pedra ou bambu colocados sobre uma camada de terra. No recipiente, a água passa pelos espaços entre as pedras (ou anéis de bambu), que, com a ajuda das raízes das plantas, fazem a filtração.

"Em uma população rural, por exemplo, seria possível plantar espécies ornamentais para venda", disse Zanella. "As fibras do caule do papiro, uma das plantas que melhor se adaptaram ao sistema, também podem ser usadas para artesanato na confecção de produtos como papel ou luminárias", disse.

Zanella disse à Agência Fapesp, que em testes realizados na Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp, o engenheiro utilizou seis tanques de filtragem com capacidade de 2 mil litros cada, três recipientes foram adicionadas pedras brita nº 1 até a borda e, nos outros três, anéis de bambu.

Os tanques receberam amostras de esgoto que já tinham passado por um primeiro tratamento na faculdade, e mostrou que a eficiência média de remoção de sólidos em suspensão foi de cerca de 60% para os tanques com brita e de 33% para os tanques com bambu, reduzindo a presença de material orgânico de 54mg/l para 22 e 36mg/l respectivamente.

Um aspecto importante do sistema desenvolvido por Zanella é que o sistema mantém o padrão estético dos jardins, diminuindo os níveis de rejeição da população para os dispositivos de tratamento de efluentes.

Podem ser utilizadas diversas espécies de plantas, entre as quais copo-de-leite (Zantedeschia aethiopica), papiro (Cyperus papyrus) e biri (Canna edulis), que colaboram com o tratamento do esgoto ao mesmo tempo em que absorvem nutrientes como fósforo e nitrogênio para crescer com qualidade.




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