MCT apoia gaseificação de biomassa

Data: 16/02/2011
Em visita ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em São Paulo, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, afirmou que o projeto articulado pelo Instituto para a instalação de uma planta-piloto de gaseificação de biomassa em Piracicaba (SP), voltada à produção de etanol com bagaço de cana, "é importante porque vai viabilizar a produção de energia limpa e permitir a substituição de matérias-primas que são originadas do petróleo, como a nafta na cadeia de produção de plástico".



Reunido com a diretoria do IPT e representantes das empresas do setor de energia, o ministro disse que o projeto tem grande interesse para a economia verde, devendo ser apresentado na Conferência Rio+20, em 2012. "Esse é um belo projeto, que terá todo o nosso apoio", afirmou. Mercadante também disse que a inovação nas empresas é um dos maiores desafios da área de ciência e tecnologia no País e que por isso vai incentivar o aumento do investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) para algo próximo de 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB), praticamente dobrando essa taxa, que hoje está em 0,51% do PIB.



Guilherme Afif Domingos, secretário estadual do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia e presidente do Conselho de Administração do IPT, afirmou que o projeto de gaseificação de biomassa é um exemplo do esforço de atuação do poder público, que por meio do IPT está transformando o acervo de pesquisa pura na universidade em pesquisa aplicada. "O caminho que está sendo feito pelo IPT é o de parceria com as empresas e devemos adotar esse modelo para os 18 institutos de pesquisas do governo do Estado", disse.



A planta de gaseificação será construída em Piracicaba, em terreno cedido pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP). Na primeira fase do projeto, que terá três anos a partir da liberação de recursos, serão investidos R$ 80 milhões, dos quais R$ 54 milhões serão provenientes do governo federal, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCT). Os demais recursos virão de empresas parceiras e de contrapartidas do governo do Estado, IPT e USP. Na segunda fase, serão investidos mais R$ 30 milhões no desenvolvimento de pesquisa, totalizando em R$ 110 milhões os recursos do projeto.



Os produtos resultantes do processamento do bagaço de cana, conhecidos como gás de síntese, terão três aplicações práticas: geração de energia elétrica, produção de biocombustível líquido (etanol) e como precursor de biopolímeros, que são os monômeros de produção do plástico. O diretor-presidente do IPT, João Fernando Gomes de Oliveira, diz que o projeto é também importante porque diversifica a atuação das usinas de cana-de-açúcar, "permitindo que elas tenham mais robustez para atuar no mercado, já que há vários produtos em questão". Oliveira também afirma que o projeto duplicará a produção das usinas sem aumento das áreas plantadas, proporcionando maior produtividade.

(Ascom do MCT)






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