Sustentabilidade ganha espaço nas empresas em 2010

Data: 03/02/2011
A voz do consumidor deve ter finalmente chegado às maiores companhias do planeta, pois 2010 marcou uma guinada na postura de muitas delas, que agora estão mais preocupadas do que nunca com o “zero”- desperdício zero, lixo zero e carbono zero.

Pelo menos foi o que constatou o relatório “The State of Green Business 2011″, publicado nesta quarta-feira (2) pelo Greenbiz Group.

O documento afirma que apesar das incertezas políticas e econômicas, principalmente nos Estados Unidos e em alguns países europeus, o setor privado percebeu que o caminho da sustentabilidade não é apenas uma opção de marketing, mas também uma oportunidade para ganhos.

“É difícil encontrar uma grande empresa que não esteja engajada de alguma forma com questões ambientais. Na realidade uma mudança dramática aconteceu com o mundo dos negócios: as companhias estão pensando mais a longo prazo sobre sustentabilidade - uma grande diferença das tradicionais ações pontuais. E mesmo com a economia mundial não indo bem, muitas delas dobraram seus esforços em atividades e compromissos com a sustentabilidade”, afirma Joel Makower, presidente do GreenBiz Group.

Alguns dos avanços mais significativos de 2010 segundo o relatório:

Gigantes acordaram para o “Verde”: Empresas com grande massa de consumidores, como Kraft, Procter & Gamble e Unilever, estão trazendo opções sustentáveis de seus produtos.

Companhias miram no “zero”: crescimento zero do lixo e desperdício viraram mantras empresariais.

Sustentabilidade na cadeia de produção: o uso de matérias-primas está muito mais criterioso, com as empresas evitando madeiras de origem duvidosa, por exemplo.

Padrões ganharam espaço: selos e certificados de qualidade de produtos e serviços estão mais valorizados do que nunca.

Reutilização de materiais: a reciclagem e o reaproveitamento estão mais presentes.

Redução do consumo da água e da energia: companhias chegam a premiar funcionários que tenham idéias que ajudem a poupar recursos.

Crescimento do bioplástico: novos materiais sustentáveis não encontram mais tanta resistência para serem adotados pelas companhias.

Mas nem tudo no State of Green Business 2011 é positivo, alguns dos indicadores retrocederam com relação aos anos anteriores.

A intensidade de carbono, ou seja, as emissões por unidade do PIB, cresceram depois de anos seguidos de declínio. Muito possivelmente isso se deu principalmente pela recusa do Senado norte-americano em aprovar a nova legislação climática e energética e pela falta de avanços concretos nas negociações internacionais sob a ONU.

O lixo eletrônico também segue uma preocupação. Apesar da reciclagem desse material ter aumentado, a quantidade de computadores e outros equipamentos eletrônicos jogados fora cresceu ainda mais.

“O que é encorajador é que está estabelecida uma tendência de mais investimentos e compromissos com uma economia sustentável e de baixo carbono. Apesar de muito ainda precisar melhorar, o setor privado promete apresentar cada vez dados mais significativos para o meio ambiente e clima”, concluiu Makower.

(Instituto CarbonoBrasil/Greenbiz)



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