Vamos às empresas, diz presidente do CNPq

Data: 01/02/2011




O físico da USP Glaucius Oliva assumiu nesta semana a presidência do CNPq (Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico), falando em aumento na inovação e em maior formação de pessoas em exatas.



Oliva disse que pretende ampliar as relações entre universidade e empresas e investir na qualificação científica já no ensino médio.



O físico ganhou notoriedade durante as eleições à reitoria da USP, quando foi o candidato mais votado ao cargo, mas não foi escolhido por José Serra (que optou pelo segundo colocado da lista tríplice, João Grandino Rodas). Em entrevista exclusiva à Folha, ele falou sobre sua futura gestão. Acompanhe:



- O senhor já era diretor no CNPq. Esperava ser convidado para a presidência?



Não. O meu nome foi levantado por conta da minha história na academia. E acabei ficando mais conhecido com as eleições para reitoria da USP.



- Manter a sua vida acadêmica é uma prioridade?



Sempre defendi que os gestores de ciência e tecnologia também fossem cientistas. É preciso conhecer a outra ponta da linha. Eu continuarei com as minhas atividades científicas. Tenho dois orientandos de doutorado e um pós-doutor na USP.



- O senhor fala muito sobre fortalecer as relações entre universidade e empresa.



Exatamente. Precisamos consolidar o sistema de inovação do país e formar mais pessoas. Para isso, é necessário um canal de comunicação fértil entre a indústria e a academia. Pretendo ampliar o Programa Rhae (Recursos Humanos em Áreas Estratégicas), voltado para pesquisa em empresas. No ano passado, foram R$ 30 milhões em bolsas em empresas. Nesse ano serão R$ 40 milhões.



- Há outro objetivo que pretende trabalhar na sua gestão, além da inovação?



A educação em ciências e matemática. Isso é uma dívida social do país. A ideia é ampliar o programa de iniciação científica júnior, que é focado no ensino médio.



- Ser presidente do CNPq é melhor do que ser reitor da USP?



Se o time ganhar, e nesse caso o time é o Brasil, eu estarei feliz por ter jogado em outra posição. O importante é continuar jogando.



(Folha de SP, 29/1)




< voltar