Estudo confirma relação entre doenças e falta de saneamento

Data: 01/02/2011
O estudo “Esgotamento Sanitário Inadequado e Impactos na Saúde da População”, desenvolvido pelos pesquisadores Denise Maria Penna Kronemberger e Judicael Clevelário Júnior, a pedido do Instituto Trata Brasil, revela que as diarréias respondem por mais de 50% das doenças relacionadas a saneamento básico inadequado, sendo responsáveis também por mais da metade dos gastos com esse tipo de enfermidade. O estudo confirma ainda a associação entre saneamento básico precário, pobreza e índices de internação por diarréias.

Segundo Édison Carlos, Presidente Executivo do Instituto Trata Brasil, os resultados evidenciam a existência de dois “Brasis” no que se refere a abrangência dos serviços de coleta de esgoto. O primeiro é formado por municípios com elevados níveis de cobertura e, portanto, menos sujeitos a doenças decorrentes de saneamento inadequado. No segundo, predominam localidades mais pobres, desassistidas de condições mínimas de esgotamento sanitário e com uma população permanentemente exposta a enfermidades.

As regiões Norte, Nordeste e as periferias das grandes cidades são as áreas com as maiores taxas de internação por diarréias entre 2003 e 2008 – 7 das 10 cidades com pior desempenho eram dessas regiões. Algumas cidades estiveram entre as 10 piores em todos os anos da série histórica: Ananindeua (PA), Belém (PA), Belford Roxo (RJ), Campina Grande (PB), Maceió (AL), Teresina (PI) e Vitória da Conquista (BA).

Em 2008, as 10 piores cidades em taxas de internação por diarréias responderam por 38% das hospitalizações por esse tipo de doença, mesmo representando apenas 9% da população pesquisada. Confira na tabela acima os 10 municípios com as maiores e com as menores taxas de internação por diarréia em 2008.


Melhores e piores

O estudo também revelou que há uma nítida tendência de redução das taxas de internação por diarréias com a expansão do esgotamento sanitário.

Com base na média das taxas de internação por diarréias nos 10 municípios com maior cobertura de coleta de esgoto, o estudo identificou uma média de 49,1 internações por grupo de 100 mil habitantes entre 2003 e 2008. Esse resultado é 4 vezes menor do que a média das taxas de hospitalização observada nas 10 cidades com os piores índices, como mostra a tabela abaixo:





PIORES MELHORES
1. Belém (PA) 418,3 1. Bauru (SP) 18,8
2. Belford Roxo (RJ) 396,3 2. Franca (SP) 23,3
3. Nova Iguaçu (RJ) 277,0 3. Santos (SP) 26,7
4. S. João Meriti (RJ) 216,0 4. Santo André (SP) 29,3
5. Porto Velho (RO) 181,2 5. Juiz de Fora (MG) 49,2
6. Macapá (AP) 158,5 6. Sorocaba (SP) 50,6
7. D. de Caxias (RJ) 115,2 7. Uberlândia (MG) 63,0
8. São Gonçalo (RJ) 113,4 8. Piracicaba (SP) 67,5
9. Cariacica (ES) 91,6 9. B. Horizonte (MG) 74,3
10. Vila Velha (ES 63,5 10. Rib. Preto (SP) 88,0
MÉDIA ANUAL 203,1 MÉDIA ANUAL 49,1



Fonte: http://www.aguaonline.com.br


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