Davos reconhece liderança chinesa na economia verde

Data: 31/01/2011

Davos reconhece liderança chinesa na economia verde


“A China irá deixar todos os outros países na poeira”, afirmou Christiana Figueres, presidente da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC), sintetizando o sentimento do Fórum Econômico Mundial, que está sendo realizado em Davos, sobre quem está vencendo a corrida da chamada economia verde.

O investimento do gigante asiático em energias limpas, por exemplo, subiu 30% em 2010 para a soma de US$ 5,11 bilhões. Segundo a Bloomberg New Energy Finance, essa quantia é de longe a maior entre todos os países.

Ainda em setembro de 2010, a empresa de consultoria Ernst & Young já anunciava que a China havia ultrapassado os Estados Unidos como maior polo receptor de recursos para projetos de energia renovável.

“Obviamente os chineses não estão investindo tanto apenas tendo em mente o nobre objetivo de salvar o planeta. Eles estão tão focados porque simplesmente é bom para sua economia”, explicou Figueres.

Para a comissária de ação climática da União Européia, Connie Hedegaard, está na hora dos empresários norte-americanos acordarem para a realidade.

“Os Estados Unidos ficarem para trás por si só não é tão ruim, o problema está na relutância do país em participar da corrida. Os empresários devem colocar pressão nos políticos por mais incentivos, o planeta precisa que exista competição para acelerar as inovações”, disse Hedegaard.

Pelo menos no discurso, Davos está sendo bem focada em promover o crescimento da economia através dos investimentos em novas tecnologias e energias. A questão é saber se isso realmente será convertido em atos concretos.

Redirecionando Esforços

Talvez até para ajudar nessa busca por uma economia de baixo carbono, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, irá alterar sua política de apoio ao combate às mudanças climáticas.

Segundo o jornal britânico The Guardian, Ban Ki-moon vai deixar de se envolver tão diretamente nas negociações por um acordo climático global para se dedicar ao incentivo às energias limpas e ao desenvolvimento sustentável.

A mudança na postura do secretário-geral seria devido às seguidas decepções nos resultados das Conferências do Clima, primeiro em Copenhague e depois em Cancún.

“Está evidente que não haverá nenhum grande acordo no futuro próximo. O secretário-geral irá continuar apoiando as negociações, mas não será mais parte integrada ao seu cotidiano, existem outras questões que precisam de atenção”, afirmou Robert Orr, assistente de planejamento estratégico e conselheiro de Ban.

O secretário-geral deve ficar mesmo mais focado em sustentabilidade, o que será o grande tema da conferência do Rio de Janeiro em 2012, evento que marca os 20 anos do primeiro encontro da Terra, a Eco 92.

(Instituto CarbonoBrasil)



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