Sabesp quer incorporar Emae e gerar energia elétrica

Data: 10/11/2008

Sabesp quer incorporar Emae e gerar energia elétrica


Juridicamente não há impedimento. Ambas são sociedades de capital misto, cujo acionista majoritário é o Estado. O negócio já foi sinalizado como viável, com nota publicada no Diário Oficial do Estado. O texto informa a acionistas e ao mercado em geral que a Emae firmou acordo de confidencialidade com a Sabesp com o objetivo de iniciar tratativas, sem qualquer efeito vinculante, que poderão resultar na reorganização societária da empresa ou na aquisição das ações de seu capital.

O superintendente de desenvolvimento operacional da Sabesp, Eric Cerqueira Carozzi, disse que as negociações estão em andamento. `Temos projetos para produzir energia há muitos anos, mas somente agora o mercado se mostrou atraído. Antes de colocá-los em prática, porém, temos de aguardar pela decisão a respeito da Emae.`

A possibilidade de compra, incorporação ou fusão pode depender ainda de aprovação na Assembléia Legislativa. Para o deputado da situação Orlando Morando (PSDB), o assunto merece debate na casa.

`Se o projeto for mesmo encaminhado, teremos de discutir qual das opções é a mais indicada e quais responsabilidades serão atribuídas a essa nova empresa. Pode ser que haja um conflito de interesses, principalmente sobre as questões que envolvem a proteção dos mananciais`, afirma.

O plano inicial prevê investimento de R$ 18 milhões para viabilizar as pequenas centrais hidrelétricas de Cascata e Guaraú, na região de Peruíbe. Juntas, as duas fontes poderiam produzir o consumo de uma cidade com 12 mil habitantes ou diminuir em 2,2% os custos da Sabesp em energia. Somente em 2007, a empresa gastou R$ 500 milhões em contas de luz.

Se o negócio se concretizar, a companhia de saneamento pode economizar ainda mais, já que o governo planeja aumentar a geração de energia da Henry Borden a partir do bombeamento de 50 m³ por segundo de água (tratada) do Rio Pinheiros para a Billings. O maior resultado da incorporação pode ser a oficialização do uso misto da represa: abastecimento e geração de energia.



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