Inovação e pesquisa são metas da indústria química para 2011

Data: 16/12/2010


O próximo ano terá que ser de ação para a indústria química, afirmou o presidente do Conselho Diretor da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Bernardo Gradin, durante o 15º Encontro Nacional do setor, no último dia 10 de dezembro, em São Paulo (SP)


Apesar do faturamento líquido de US$ 130,2 bilhões esse ano - aumento de 29% em relação a 2009 - o principal desafio será o combate ao déficit da balança comercial, que em 2010 foi de US$ 20,6 bilhões, superando os US$ 15,7 bilhões de 2009.



"Em 2011, a tendência é que esse déficit aumente, uma vez que não há grandes mudanças na política econômica em relação à sobrevalorização do real. O consumo brasileiro também aumentará, mas a busca é por produtos importados", assinala.



Uma das medidas da associação será reforçar junto ao governo federal a importância de colocar em prática as metas do Pacto Nacional da Indústria Química, lançado ano passado e que foi entregue ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com o objetivo de posicionar a indústria química brasileira entre as cinco maiores do mundo, tornando o Brasil superavitário e líder na química verde.



O pacto inclui cinco pontos: estímulo à inovação e ao desenvolvimento tecnológico, competitividade de matérias-primas, exoneração tributária, soluções para barreiras logísticas e acesso ao crédito. De acordo com Gradin, assim como a Abiquim, é fundamental que todas as empresas e entidades do setor assumam sua parcela de responsabilidade nesse desafio.



"Precisamos reforçar junto ao governo a importância do incentivo a projetos de desenvolvimento para o setor industrial. A falta de estímulos ao investimento na indústria brasileira faz com que os estrangeiros escolham outros países na hora de aplicar recursos. Nós estamos sugerindo soluções e debates, mas sozinhos não conseguiremos atingir as metas necessárias para impulsionar a indústria química".



Segundo estudos da Abiquim, são necessários investimentos da ordem de US$ 138 bilhões até 2020 para atingir um crescimento de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, mas até o momento, informou Gradin, a previsão é de menos de 1/5 do que é preciso nos próximos 10 anos.



"Na medida em que o governo desonere o setor, apresente soluções de energia e matéria-prima, nós vamos nos comprometer de forma tangível e real em investimentos diretos de pesquisa e inovação. A nossa indústria é uma das que mais investe em tecnologia, na elevação dos padrões de gestão e na formação de pessoas para o crescimento do Brasil", ressalta.



Em 2011, a Abiquim também discutirá todas as etapas do pacto junto aos ministérios e debaterá a Política de Desenvolvimento Produtivo 2 (PDP-2), proposta pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para incentivar programas de pesquisa e desenvolvimento na indústria química. Para Gradin, a agenda de inovação e tecnologia e avanço do crédito estão entre os assuntos que precisam de mais velocidade.

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