Pesquisadores ajudam a lançar novos produtos

Data: 01/12/2010
O empreendedorismo está em alta, com iniciativas de criação de novos negócios que vão de tecnologias inovadoras como nanotecnologia e o desenvolvimento de um queijo com a ajuda de pesquisadores da universidade.

Em São Carlos, interior de São Paulo, os jovens químicos André Araújo, Gustavo Simões e Daniel Minozzi criaram, em 2005, a primeira empresa de nanotecnologia do país. Ao manipular materiais um büionésimo de vezes menores que o metro, eles desenvolveram uma solução antimicrobiana única, invisível a olho nu, capaz de ser aplicada sobre metais, vidro, cerâmica, madeira, fibras e plástico.

A novidade chamou a atenção do meio acadêmico e dos órgãos de fomento à inovação como a Fapesp e o CNPq, que liberaram R$ 2,1 milhões para o aperfeiçoamento da tecnologia premiada pela Finep em 2007. Mas não despertava o interesse do mercado. "As pessoas sentiam dificuldade em entender uma solução invisível que é aplicada sobre o produto acabado", diz Araújo. "Ainda há quem diga que parece ficção científica."

Dispostos a transformar conhecimento em soluções que agreguem valor econômico às empresas, sem prejudicar o meio ambiente, eles muito tempo até fechar o primeiro contrato. Com a parceria, a paulista Taiff transformou-se na primeira empresa no mundo a lançar um secador com tratamento bactericida.

Cinco anos depois, a Nanox não tem mais um único produto em carteira. Agora atua de forma pioneira em três frentes: Nanox-Clean, solução antimicrobiana; N-Oil, especializada em revestimentos de superfícies metálicas no setor de petróleo e gás, e Saccharis, voltada ao monitoramento e controle de processo de produção de etanol. Com um faturamento estimado de R$ 2 milhões para este ano, a empresa é considerada a principal vitrine de nanotecnologia do país. É uma das únicas empresas brasileiras a receber o selo de "empresa inovadora" da Anpei, mas nem por isso encontra facilidade para inovar.

Já a empresária Maria de Fátima Soares Toledo, 55 anos, durante 25 anos, fabricou queijos de forma artesanal, em Mirandópolis, no interior de São Paulo. Vendia o que produzia, mas não ganhava espaço no mercado. O caminho foi mudar para Ceará. Há dois anos, a Queijos Dom Afonso é uma das empresas incubadas do Parque de Desenvolvimento Tecnológico do Ceará (Padetec), ligado à Universidade Federal do Ceará, com sede em Fortaleza. "Foi o caminho que encontrei para transformar uma receita de queijo caseira em um alimento funcional."

Com ajuda de pesquisadores da universidade, a empresária criou o primeiro queijo desidratado com fibras, baixo teor de gordura do país e alimento funcional. Ela ganhou o Prêmio Finep de Inovação, na categoria pequena empresa. Hoje, tem faturamento R$ 700 mil por ano e produz 20 kg de queijo desidratado com quitosana por semana.

Fonte:Publicado em: Valor Econômico (Especial/Pequenas e Médias Empresas) em 30 de Novembro de 2010


< voltar