Os executivos sabem qual compromisso estão assumindo?

Data: 09/11/2010

Os executivos sabem qual compromisso estão assumindo?


O conceito de Triple Bottom Line, desenvolvido em1994 por John Elkington, que defende a teoria de que as empresas precisam alinhar sustentabilidade, pessoas e lucro, vai completar 16 anos e ainda continua sendo parte de um imaginário do mundo empresarial. “As empresas acham difícil olhar por meio destas três lentes ao mesmo tempo”, sinaliza o palestrante, cofundador da Organização Não Social (ONG) SustainAbility, na abertura do HSM ExpoManagement 2010, que ocorre nos dias 8, 9 e 10 de novembro.

E o motivo desta dificuldade pode estar atrelado ao fato de que não existem prioridades claras nas organizações quando o assunto é sustentabilidade. Um estudo da SustainAbility aponta que existem 12 prioridades sob o ponto de vista do desenvolvimento sustentável. “Isto é prova de que estamos diante de um desafio sistêmico. O sistema econômico que herdamos não está tendo o resultado esperado”, pontua.

Entre as prioridades da agenda sustentável estão, em ordem decrescente:

1. escassez de água limpa,
2. mudança climática,
3. pobreza,
4. perda de biodiversidade,
5. abastecimento de alimentos,
6. instabilidade econômica,
7. subnutrição, responsabilidade corporativa,
8. doenças, poluição do ar,
9. acidificação dos oceanos,
10. toxinas bioacumulativas persistentes,
11. lixo eletrônico e
12. supernutrição.

E para o palestrante “as empresas não conseguem trabalhar sozinhas” diante destas questões. Afinal, os desafios variam entre problemas sociais e econômicos. “Isso sugere o surgimento de uma agenda altamente complexa, na qual inúmeras e variadas questões competirão por atenção e recursos”, acredita Elkington.

O ambientalista sugere que as empresas decidam quais questões são fundamentais para os stakeholders e para o sucesso comercial. Contudo, é preciso um ponto de atenção, pois o “grau de relevância pode tomar aspectos diferentes conforme se analisam um, dois ou os três tipos de valor: econômico, social e ambiental”.

Diante deste cenário, o palestrante avalia que “as empresas de hoje não conseguem manter o êxito à medida que o cenário muda”. Por isso, é importante criar mecanismos que permitam rastrear o que ele denomina de “materialidade” de um conjunto de necessidade da empresa, no qual as prioridades são mapeadas.

Pesquisa da Accenture/United Nations Global Compact aponta que 93% dos executivos das grandes organizações consideram a sustentabilidade importante para o futuro da empresa. Mais do que isso, 88% acreditam que devem promover integração por meio da cadeia de fornecimento. E ainda 72% consideram que melhorar a marca, a reputação e a confiança é fundamental.

No entanto, toda a cadeia da sustentabilidade é colocada em cheque por Elkington: “mas quantos desses executivos sabem qual compromisso estão firmando ao usar o termo sustentabilidade?”. Este é um questionamento que ficou para os participantes desta primeira palestra da HSM ExpoManagement 2010.

(HSM)



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