Água - África: Chave para o desenvolvimento

Data: 04/11/2008

Água - África: Chave para o desenvolvimento


Mas, a falta de água potável “não é o único problema. As pessoas não podem ter acesso a saneamento básico”, disse Mashauri, da Universidade de Der es Salaam. “alguns dos fatos sobre o acesso a várias formas de saneamento na África subsaariana causam muito meto”. Segundo o professor, 35% dos africanos não têm nenhum tipo de saneamento, 33% carecem de acesso a um banheiro (em sua casa e em outro local próximo), e apenas 8% contam com acesso a banheiros que possuem saneamento.

Mashauri fez um discurso na nona edição de um simpósio sobre água organizado em Johanesburgo de forma conjunta pela organização WaterNet, Fundo para a Pesquisa da Água na África do Sul, Associação Global sobre a Água da África austral (GWP-AS) e Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral. O encontro, cujo tema principal este ano foi ‘Água e desenvolvimento sustentável para melhoria da subsistência”, reúne delegados de todo o sul e leste do continente africano. Reginald Tekateka, presidente regional da GWP-AS, explicou que a intenção do simpósio foi promover a interação entre líderes políticos, acadêmicos, médicos e todos os envolvidos no setor, bem com representantes das zonas mais necessitadas.

Mashauri fez uma resenha da história das políticas de desenvolvimento da água, começando com uma reunião na Argentina em 1977, onde se declarou os anos 80 com a Década Internacional do Fornecimento de Água e Saneamento. Mas, em referência ao tema da conferência, disse que ainda há muito por fazer. “Olhando para o túnel do tempo da ONU, as conferencias realizadas tiveram um papel importante na política global. Isto começou na Argentina em 1977. Em 1992 foram concebidos os Princípios de Dublin. Mas, ainda não há evidência no terreno de uma melhora das subsistências”, disse o professor em seu discurso.

Redigidos às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento do Rio de Janeiro em 1992, os Princípios de Dublin eram um chamado a um enfoque participativo do desenvolvimento e da administração dos recursos hídricos. A água – diziam – é um recurso finito e vulnerável, essencial para a vida e o meio ambiente. Além disso, indicavam que as mulheres deveriam ter um papel central em sua provisão, administração e proteção. O desafio, segundo Mashauri, é maior investimento no setor do saneamento. “Necessitamos de financiamento na infra-estrutura da água e no saneamento, bem como na conservação e distribuição eqüitativa da água”, afirmou.




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