Conflito entre China e EUA marca reunião climática

Data: 13/10/2010

Troca de acusações entre as duas maiores potências mundias foi o grande obstáculo para a última rodada de negociações do clima antes da Conferência das Partes (COP 16) no México em novembro, mesmo assim o UNFCCC aponta que houve avanços

A vontade chinesa de que os países mais ricos adotassem metas concretas de redução de emissões encontrou forte resistência nos delegados norte-americanos que argumentaram que o maior emissor do mundo não pode simplesmente exigir metas de outras nações quando ele mesmo não as possui.

“A China tem agido como se o Acordo de Copenhague não existisse e insiste em comprometimentos legais para os países desenvolvidos enquanto as economias emergentes ficam apenas em ações voluntárias”, criticou Todd Stern, principal negociador dos EUA.

No final de 2009 foi decidido na Dinamarca que a China estabeleceria políticas para reduzir em até 45% o carbono emitido por unidade do PIB com relação aos níveis de 2005. A intenção seria deter o avanço das emissões mas teria o custo de frear o crescimento econômico chinês.

Por sua vez, Su wei, líder dos negociadores chineses, afirma que os Estados Unidos estão tentando deturpar o Protocolo de Quioto e que pouco têm feito para reduzir suas próprias emissões.

“Os norte-americanos não tem nenhuma ação para nos mostrar, por isso ficam criticando os outros. A China está ativamente buscando reduzir sua contribuição para o aquecimento global”, declarou Wei.

Segundo os chineses, o Protocolo de Quioto está sofrendo sérios ataques toda vez que os países ricos sugerem novas cláusulas condicionantes ou emendas para reduzir a importância do tratado.

“Todos os movimentos que tiverem como objetivo retirar autoridade do Protocolo de Quioto devem ser denunciados”, afirmou Wei.

Cancún

Apesar do resultado da rodada de Tianjin não ter sido tão expressivo quanto se podia desejar, a Convenção Quadro das Nações Unidas para Mudanças do Clima (UNFCCC, em inglês) enxergou diversos avanços que teriam trazido um novo ar de esperança para a COP 16.

De acordo com a entidade, os países discutiram abertamente uma série de fatores, como adaptação, financiamento, transferência de tecnologias e o futuro do Protocolo de Quioto.

Em todos esses pontos algum tipo de avanço teria sido alcançado e agora caberia a conferência em Cancún dar os retoques finais nesses temas.

“Esta semana nos deixou mais perto do conjunto de decisões que poderão render um acordo no México. Os governos conseguiram debater o que é possível de fazer em novembro e decidir o que é melhor deixar para depois”, explicou Christiana Figueres, presidente da UNFCCC.

Patricia Espinosa, ministra do Exterior do México e presidente designada para a COP 16, afirmou que Cancún trará benefícios para todos, principalmente para os países mais pobres e vulneráveis.

“Nós mostraremos que estamos comprometidos com a luta contra as mudanças climáticas e que acreditamos nas negociações como a maneira mais eficiente para resolver os problemas globais”, disse Patricia.

(CarbonoBrasil)



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