UE festeja aprovação de cortes de emissão no encontro da aviação civil

Data: 13/10/2010
A União Européia disse que o caminho para incluir o setor de aviação no seu esquema de comércio de emissões (EU ETS) em 2012 agora está aberto após um acordo durante a reunião da Organização Internacional da Aviação Civil (OIAC) em Montreal na semana passada. Entretanto, oponentes ao plano não concordam com a análise.

Entre os principais resultados do encontro da OIAC estão: o estabelecimento de uma meta global para melhoria da eficiência dos combustíveis em 2% ao ano até 2050, com pico das emissões em 2020, um enquadramento global para o desenvolvimento e aplicação de combustíveis alternativos mais sustentáveis e o plano para ter em 2013 um padrão de CO2 para do motores das aeronaves. As metas são uma aspiração, não são obrigatórias.

“Outras iniciativas novas incluem o desenvolvimento de um enquadramento para medidas com base no mercado, um estudo de viabilidade para a criação de um esquema global de mercado e diretrizes para os Estados usarem ao desenhar e implementar medidas de mercado para a aviação internacional”, diz a declaração da OIAC (tradução não oficial).

A Comissão Européia comentou que a linguagem do acordo em relação às medidas de mercado quebra um impasse nas ações sobre mudanças climáticas e valida a abordagem da UE na inclusão dos vôos internacionais no seu esquema de comércio de emissões.

“Crucialmente, a OIAC se absteve de uma linguagem que tornaria as aplicações do EU ETS às suas companhias aéreas dependente de um acordo mútuo entre outros estados”, disse a Comissão segundo a Reuters.

“Criticamente, o acordo é uma boa base para proceder suavemente na inclusão da aviação no EU ETS”, comentou a Comissária de Mudanças Climáticas da UE Connie Hedegaard de acordo com a Blomberg.

Porém, a Associação de Transportes Aéreos, representando as companhias aéreas norte-americanas, rapidamente se opôs à inclusão no EU ETS, questionando a interpretação do acordo pela Comissão Européia. Segundo a associação, a maioria dos países aprovou acordos mútuos sobre a inclusão no EU ETS e enfatizou que a OIAC não é compulsória sobre seus membros de qualquer forma.

O acordo sobre o pico das emissões em 2020 é inferior ao desejado pela UE, que determina cortes de 10% nas emissões do setor até 2020 com base no nível de 2005.

A OIAC alega que é a primeira agência das Nações Unidas a liderar um setor da economia em um acordo global para cortar emissões de gases do efeito estufa. A agência da ONU para a navegação tem lutado com questões parecidas na tentativa de aprovar um regime de redução das emissões para o setor marítimo. O encontro da Organização Marítima Internacional há dez dias não teve sucesso na aprovação de novas medidas de eficiência energética para a construção dos navios.

(CarbonoBrasil/Carbon Positive)



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