Lâmpadas econômicas viram tendência

Data: 13/10/2010

Lâmpadas econômicas viram tendência


A Austrália baniu as lâmpadas incandescentes, a Europa começou a substituição gradual no ano passado e os Estados Unidos seguem o mesmo caminho. No Brasil, embora a decisão esteja mais atrasada, a tendência também é dar preferência a luzes que usam menos energia para funcionar.

O Ministério de Minas e Energia já tem uma minuta de portaria que define os níveis mínimos de eficiência energética de lâmpadas incandescentes - atualmente em fase de consulta pública.

Com tudo isso, os diodos emissores de luz (chamados de LED na sigla em inglês) vêm ganhando cada vez mais espaço. Na Holanda, cerca de 15% da iluminação pública já é feita com LED. O município de Tilburg, por exemplo, que pretende se tornar "carbono neutro" até 2045, começou a fazer a troca nos últimos anos - só em 2010, foram substituídos 2.400 luminárias nas ruas e em algumas ciclovias.

Apesar de o custo de implantação ser maior, a perspectiva é que, em dez anos, o investimento inicial se pague. Com a redução do uso de energia em 26%, o governo municipal economizará 22 mil (R$ 50,7 mil) ao ano e reduzirá as emissões de gás carbônico - principal gás de efeito-estufa - em mais de 56 mil quilos. Outra vantagem é a maior vida útil do LED e a menor necessidade de manutenção.

A professora Joanna Rijkson aprovou a mudança em sua rua. Depois de ver o resultado, ficou motivada a trocar também as lâmpadas de casa. "Eu sempre me senti segura nesta região, mas antes muitas lâmpadas costumavam quebrar e agora todas estão funcionando bem. Acho que principalmente as cidades grandes deveriam adotar para evitar a violência", disse.

Bairro sustentável. Um projeto ligado à Fundação Clinton possibilitou a instalação de 75 luminárias de rua em 16 quilômetros de ruas do condomínio sustentável na Cidade Universitária Pedra Branca, em Palhoça (SC). Segundo a Philips, responsável pela iluminação do local, o espaçamento entre postes aumentou de 15 para 20 metros, o que permitiu uma redução do número de luminárias e a economia de 84% no consumo de energia.

Os fabricantes mundiais já conseguiram vencer um dos problemas do LED. Há alguns anos a luz era branco-azulada. Agora, já é possível fazer lâmpadas LED com a mesma "temperatura" da incandescente. "Para o mercado é um momento muito positivo. Com a vantagem de que o LED não contém mercúrio nem materiais a base de chumbo, cádmio, o que evita contaminação", diz o engenheiro Marcos Santos, da Osram do Brasil.

Ele explica, por exemplo, que uma lampLED (diodo emissor de luz em formato de lâmpada convencional) de 8 watts pode substituir uma lâmpada incandescente de 40 watts. "A lampLED dura aproximadamente 30 mil horas, enquanto a incandescente comum,1.000 horas."

Ao comparar com a lâmpada fluorescente compacta, a LED também tem vantagem. "As duas economizam energia. Porém, a lampLED dura de cinco a seis vezes mais." O custo, no entanto, ainda é um empecilho - lâmpadas LED domésticas no Brasil custam entre R$ 100 e R$ 140. Os fabricantes ainda consideram difícil avaliar se e quando o preço da luz LED cairá para o consumidor. Com a ampliação do uso da tecnologia, o preço tende a cair. Mas as matérias-primas para fazer as luminárias, por exemplo, podem ficar mais caras.


SAIBA MAIS

São Paulo
A capital paulista tem cerca de 500 mil postes de iluminação pública. Se todos eles fossem trocados por LED, seria possível economizar cerca de R$ 40 milhões ao ano.

Brasil
Se os 400 milhões de pontos de luz incandescente fossem trocados por LED, haveria economia anual equivalente a 40% da capacidade de geração de energia de Itaipu destinada ao Brasil.


O Estado de S. Paulo


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