Gastos com pesquisa e desenvolvimento vão atingir até 0,65% do PIB em 2010

Data: 04/11/2008

Gastos com pesquisa e desenvolvimento vão atingir até 0,65% do PIB em 2010


Do arcabouço institucional fazem parte, por exemplo, a Lei de Inovação, aprovada no final de 2004, a Lei do Bem, e a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), instituída este ano para estimular os investimentos em inovação tecnológica. Dados da Agência Brasileira de Desenvolvimento Institucional (ABDI), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), indicam que em 2006 o setor privado aplicou R$ 11,9 bilhões em pesquisa e desenvolvimento. A intenção é aumentar esse volume para R$ 18,2 bilhões em dois anos, o correspondente a 0,65% do PIB.

Para Rogério Araújo, economista da ABDI, trata-se de uma meta que pode ser alcançada porque a Formação Bruta de Capital Fixo - que o IBGE apura a cada três meses para saber quanto as empresas aumentaram os seus bens de capital - vem crescendo acima do PIB há vários trimestres consecutivos. "O trabalho exigirá uma ação coordenada entre o governo e o setor privado", avalia. Entretanto, os desafios aumentam diante desse cenário de incertezas gerado com a crise econômica mundial, que se contrapõe ao momento até então favorável, de expansão do consumo e aumento da produção.

No Brasil, apenas 32,8 mil empresas fizeram a inovação tecnológica em produtos ou processo. Embora o país esteja bem posicionado em relação aos vizinhos da América Latina, está muito aquém no nível apresentado pelos países desenvolvidos, observa Paulo Mol, gerente de estudos e políticas industriais da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Paulo Mol defende um alinhamento das diretrizes de inovação tecnológica, ainda muito concentrada nas universidades e centros de pesquisas, às necessidades e planejamento estratégico das empresas, as quais, segundo ele, devem estar no centro desse processo. Outro desafio é o enfrentamento de limitações históricas do Brasil, como estrutura regulatória complexa, burocracia, insegurança jurídica, carga tributária, entre outras. "As empresas querem inovar, mas encontram muitos empecilhos para a interação com as universidades. A regulamentação sobre o uso dos laboratórios públicos não está muito clara", aponta.



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