Nova técnica usa bactéria para aproveitamento de rejeitos de mineração

Data: 25/08/2010

Nova técnica usa bactéria para aproveitamento de rejeitos de mineração


A solução para o aproveitamento de restos da mineração pode estar nas bactérias. Essa saída mais barata e sustentável foi resultado de uma pesquisa realizada na Universidade Estadual Paulista (UNESP). Trata-se de uma técnica para extração de metais que são descartados depois que os minerais foram retirados do solo.

A alternativa com bactérias foi desenvolvida pela química Nury Alexandra Muñoz Blandon. A aplicação, que já está disponível para mineradoras, é mais vantajosa por ser mais barata do que a usada atualmente e, ainda, reduz o impacto ambiental, já que não há uso de produtos químicos na técnica.

O processo funciona da seguinte forma: as bactérias separam o que realmente é rejeito (como terra e pedras) do que é mineral aproveitável comercialmente. No laboratório, a bactéria fez essa separação (com eficácia de 50%) durante duas semanas com material extraído por meio de um processo conhecido como flotação - técnica em que o minério é mergulhado em um líquido e associado a espumas de gases, que grudam no minério e fazem a separação.

As bactérias agem sobre os resíduos e, naturalmente, produzem ácido sulfúrico, o que propicia um ambiente para a oxidação do minério. É nessa etapa que fica possível separar o metal aproveitável do que realmente é resíduo.

Durante os testes, a nova técnica mostrou-se eficiente na separação de cobalto, níquel e cobre. Na extração de níquel, a separação com as bactérias liberou o dobro do material obtido com as técnicas mais tradicionais, que usam produtos químicos (caras, poluentes e de difícil aplicação). “Em apenas 14 dias, conseguimos retirar 50% do metal presente no resíduo. Em 50 dias tiraríamos certamente 90%”, diz Nury.

(EcoD)



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