Argentina quer evitar construção de represa

Data: 20/08/2010

Argentina quer evitar construção de represa


A Argentina recorrerá à Justiça para impedir a construção de uma represa na província de Corrientes, que faz fronteira com o Uruguai, cuja realização pode afetar a bacia do Rio Uruguai. É o que afirmou ontem em coletiva de imprensa, o chanceler do País, Héctor Timerman.

De acordo com ele, a obra pode ser uma violação do Tratado do Rio Uruguai, que foi ou que estaria prestes a ser cometida, por parte de duas empresas da província. O chanceler ainda comentou que o Uruguai teme que este seja motivo para um potencial conflito.

O projeto da represa Ayuí Grande, que inundará oito mil hectares, é de dois conglomerados arrozeiros, um com as empresas "Pilagá, Tupantuva e Copra, que pertence a José Aranda, vice-presidente e acionista do Grupo Clarín de comunicação. A outra é a Adecoagro, do "financista George Soros.

"Já me comuniquei com o chanceler uruguaio, Luis Almagro, para lhe dar a informação que tinha sobre o potencial efeito ambiental que essa represa pode causar", informou Timerman.

O chanceler argentino disse também que o governo do Uruguai está preocupado com esta situação, mas tem plena confiança que a Argentina vai agir com todo o rigor que requer o Tratado do Rio Uruguai. "Nosso representante na [Comissão Administradora do Rio Uruguai"> Caru também enviou hoje uma carta colocando à disposição a informação que temos e onde nos comprometemos a cooperar para manter, dentro do que consideramos necessário, o respeito aos tratados internacionais que assina a Argentina", apontou.

O Rio Uruguai foi cenário de um dos maiores conflitos diplomáticos recentes entre os dois países, devido à instalação, no lado uruguaio da fronteira, da fábrica de pasta de celulose UPM (ex-Botnia). Os argentinos reclamavam que a empresa poluía a região e violava o tratado bilateral sobre o rio.

Após anos de conflito, em abril deste ano a Corte Internacional de Justiça deliberou sobre o caso, admitindo o desrespeito do Uruguai ao pacto, mas negando que a indústria contaminava a área. Em contrapartida, o tribunal recomendou que ambos países estabelecessem um controle conjunto do limite natural, o que está sendo providenciado pelos dois governos.

"Estamos avaliando recursos judiciais para evitar que se leve adiante este empreendimento. As atuações seriam contra todas as autoridades que possam autorizar a obra, mas acreditamos que nos darão essa informação e que, se analisarmos e for provado que o projeto é danoso ao meio ambiente e viola um tratado internacional, vamos atuar", garantiu Timerman.

Fonte: ANSA
Meio Filtrante


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