Jeffrey Sachs e o clima

Data: 19/08/2010

Jeffrey Sachs e o clima


As deliberações do fórum ICID+18 (Segunda Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiárido) - que ocorre esta semana em Fortaleza - poderão ser subestimadas, advertiu ontem o economista Prêmio Nobel Jeffrey Sachs. A questão, ressaltou, é como traduzir conhecimento científico em políticas públicas. "Estamos falando da perspectiva do desespero, porque estamos fracassando."

"Apesar das adaptações de algumas regiões como o Ceará, estamos perdendo essa batalha em nível global. A parte mais vulnerável do mundo às mudanças climáticas é o semiárido, a que contentra a maioria da população mais pobre. O problema de sobrevivência já é mais difícil do que em qualquer outro lugar do mundo", afirmou para a plateia atenta.

Segundo Sachs, de regra, as regiões mais secas tendem a ser as mais difíceis que em qualquer lugar do mundo, onde ocorrem as crises mais fortes e, quando acrescentar as mudanças climáticas causadas pelo homem serão impulsionadas em direção a catástrofes.

A Conferência Rio+2, em 2012, na avaliação do Nobel de Econonia, será uma oportunidade importante para receber mensagens que poderão alcançar o mundo como um todo. "Estão destuindo o mundo, É uma irresponsabilidade não dizer a verdade. A situação de desastre está acontecendo."

Sachs destacou que os US$ 100 bilhões anunciados pela secretária de Estado americana Hillary Clinton em Copenhagen de investimentos em mudanças climáticas "não estão sendo vistos em lugar algum."


E frisou: "Não é segredo. A ciência do clima teve problema sério não porque está errada, mas por demonstração do poder da propaganda no mundo, que tem dinheiro para a contra-ciência do que para a ciência."

Em tom crítico, o economista afirmou que " foi um jogo da propaganda.Temos que fazer alguma coisa contra esta campanha do The Wall Street Journal, que não tem conteúdo, é movido pela ignorância, a ganância e tem a ousadia de atacar a comunidade científica. As indústrias estão financiando."

De acordo com Sachs, as áreas áridas são as zonas de conflito em número desproporcional no mundo, que afetam mais comunidades no mundo que vivem na pobreza e fome. As falhas na incidência de chuvas aumentam as probabilidades de conflito: uma questão de vida ou morte.

Ele relatou que trabalha na região da África Subsahariana no norte do Senegal, Mali, Niger, Chade, Sudão, Somália, Etiópia, Eriteia e na faixa do Iemen, Irã e Iraque, região alvo da ação militar dos estados Unidos e Cia. "A gruerra secreta no Iemen é causada por um grande stress ecológico. Os Estados Unidos culpam a Al Qaeda", disse.


"Há fome, seca, doenças pobresa. O Pentágono não oferece nenhuma solução. Queremos os os engenheiros militares para fazer poços, o que é muito importante", concluiu.


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