Entidade entrega ao Presidente proposta de fundo de R$ 10 bilhões para financiar infra-estrutura

De acordo com o presidente da Abdib, o fundo seria constituído para melhorar as condições de financiamento e garantir a continuidade da execução de projetos de infra-estrutura já contratados, estejam eles já em obras ou não, em um cenário no qual a restrição ao crédito provocada pela crise internacional dificulta, onera ou até impossibilita operações financeiras de longo prazo.

Um levantamento da Abdib aponta que o Brasil tem aproximadamente R$ 100 bilhões de investimento em contratos de concessão ou autorização em andamento na infra-estrutura, sem contar os investimentos em carteira da Petrobras, que tem uma lógica própria de estruturação de crédito.

Somente no setor elétrico, há cerca de R$ 82 bilhões em projetos já contratados, em construção ou prestes a iniciar obras. Esses empreendimentos são financiados fundamentalmente pelo BNDES, com linhas de crédito de longo prazo. Paralelamente, são organizadas operações financeiras de médio prazo para complementar o financiamento, como debêntures, empréstimos-ponte, notas promissórias e títulos de crédito em geral.

Para suprir esse momento de falta de liquidez, a Abdib sugere a formatação de um FIP com valor inicial de R$ 10 bilhões, por meio de emissão de cotas a serem subscritas pelo BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal (CEF), fundos de pensão e instituições bancárias.

A finalidade do fundo proposto é comprar títulos de crédito dos projetos já apoiados ou que venham a ser apoiados pelos bancos de fomento, contornando os atuais problemas de percepção de riscos. Esses títulos poderiam ser emitidos com prazo de 12 a 18 meses para substituir as operações de curto prazo que estavam sendo estruturadas no mercado de crédito privado. Para Godoy, esse prazo seria suficiente para ocorrerem melhorias no mercado de crédito.



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