SP: Visão de investidores muda cultura das cidades com saneamento básico

Data: 27/10/2008

SP: Visão de investidores muda cultura das cidades com saneamento básico


De acordo com o professor Roberto Braga, antes muitos prefeitos ignoravam a importância desse tipo de investimento, já que os reflexos começam a aparecer a médio e longo prazo. Hoje, avalia o professor, essa cultura política está em fase acelerada de alteração. Cientes da importância do setor de saneamento básico, políticos buscam alternativas para que as obras possam se tornar realidade.

_ O TAC - Termo de Ajustamento de Conduta, que as prefeituras assinam junto ao Ministério Público, determina o prazo em que os investimentos devem estar concluídos. Com planejamento, as metas são atingidas e quem ganha com isso é a comunidade _ observa o geógrafo.

No que diz respeito ao tratamento de esgoto, pontua Braga, Rio Claro tem uma responsabilidade regional. A cidade, assinala o professor, conta com posição geográfica privilegiada. Encontra-se bem posicionada e por isso é abastecida pela Bacia do Corumbataí, que possui boa qualidade de água.
Por outro, alerta o professor da Unesp, Piracicaba, cidade localizada a 30 quilômetros de Rio Claro, vive uma outra realidade.

_ Lá, a água já chega poluída. Isso não é correto. No caso de Rio Claro, temos de receber a água limpa e ela tem de sair da cidade com o mesmo grau de pureza _ enfatiza. "Daí, a importância de se construirem as Estações de Tratamentos de Esgoto - ETEs", explica. Com relação à geração de empregos, cita o geógrafo, as empresas ambientalmente responsáveis, que possuem a ISO 14001, procuram municípios que têm entre as suas ações prioritárias o tratamento de esgoto.

Segundo ele, esse trabalho está diretamente ligado à saúde pública. "Em determinadas regiões do país, doenças que há muito tempo não eram detectadas começam a ressurgir", frisa o professor da Unesp. "Em muitos desses locais, o esgoto corre a céu aberto. Esse tipo de situação afasta o grande investidor. Quem perde é a cidade, já que a geração de empregos torna-se cada vez mais difícil", explica.

O gerente regional do Ciesp - Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, João Zaine, observa que há um bom tempo a indústria vem fazendo a sua parte através do tratamento de efluentes.
"A indústria paulista, em sua maioria, prioriza o equilíbrio social, ambiental e econômico. O índice de tratamento de esgoto nos municípios, principalmente dos que possuem a ISO 14001, pode ser decisivo na hora em que os investimentos vão ser direcionados", comenta.

O presidente da Acirc - Associação Comercial e Industrial de Rio Claro, Ivan Hussni, que também já atuou como secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, observa que para uma cidade se desenvolver, hoje em dia, ela precisa de investimentos em vários setores, como por exemplo Segurança, Educação e Saúde. "Mas sem investimento na área de saneamento básico os municípios não crescem. O investimento empresarial, que gera empregos, ocorre em cidades que respeitam o Meio Ambiente através do uso adequado da água e do tratamento de esgoto", pontua.

Com relação ao mercado externo, salienta Hussni, as empresas, para conseguirem vender os seus produtos, precisam estar instaladas em cidades ecologicamente corretas. "Enfim, os investimentos em saneamento básico credenciam a cidade no mercado competitivo de busca por recursos", conclui.



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