Usina com geração de energia pode ser alternativa para resíduos

Data: 06/08/2010

Usina com geração de energia pode ser alternativa para resíduos


Da chamada Usina Verde, que usa apenas os rejeitos não recicláveis para combustão, às Usinas de Recuperação de Energia (URE), várias alternativas de disposição final dos resíduos urbanos através da combustão estão novamente em debate. Principalmente após a sanção da Lei de Resíduos onde os aterros são considerados como uma solução não recomendável.

Segundo informações da publicação Panorama dos Resíduos Sólidos 2009, da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) a comparação entre as duas informações (2009 e 2008) leva à constatação positiva de que "houve um crescimento na adequação da destinação final dos resíduos sólidos urbanos (RSU) coletados no Brasil em 2009, indicando uma gradual evolução dessa atividade. Mas 43,2% dos resíduos coletados no país ainda são destinados de maneira inadequada, pois aterros controlados pouco se diferenciam de lixões, uma vez que ambos não possuem o conjunto de sistemas necessários para proteção do meio ambiente contra danos e degradações". de fato, pelos números da ABRELPE somando o número de lixões e aterros controlados sao 3.427, enquanto os aterros sanitários somam 2.138.

Na opinião de Carlos Roberto Vieira da Silva Filho , diretor executivo da ABRELPE a recuperação, principalmente energética, dos resíduos que sobraram nos processos anteriores "é uma etapa de extrema importância, já disseminada e totalmente segura, que, além de ser uma solução de tratamento, aproveita o resíduo não como material descartado, mas como recurso, tranformando-o em energia". Segundo ele embora compostagem ofereça também uma alternativa viável ainda causa polêmicas. "Alguns ditos especialistas afirmam que a totalidade da matéria orgânica pode ser compostada e virar fertilizante, mas na realidade não é bem assim. As soluções de tratamento biológico, categoria em que se encontra a compostagem, demandam matéria orgânica de alta qualidade para gerar, ao final do processo, um produto também de qualidade. O uso indistinto de qualquer material orgânico, ou de resíduos orgânicos sem uma eficiente separação prévia, resultará em um composto de baixa qualidade, sem nenhuma utilidade".

E acrescenta: "Diferentemente do que alguns analistas apregoam, não existe e nunca existirá uma fórmula mágica que faça o lixo desaparecer. Sem planejamento e conscientização, o cenário não vai mudar. Estamos vivenciando um momento de avanços no setor. Não dá para defender paixões, mitos e ideologias do passado. Está na hora de trazer a discussão para o campo técnico e possibilitar um efetivo desenvolvimento desse setor que é essencial à qualidade de vida de todos nós.

No site da Usina Verde - www.usinaverde.com.br é lembrado que a incineração de resíduos é uma rota secular de destinação final do lixo – o 1° incinerador foi construído na Inglaterra por volta de 1870 - sendo a técnica mais comumente utilizada para o tratamento térmico de resíduos até os dias atuais. Trata-se da rota tecnológica de destinação de resíduos urbanos mais testada no Mundo e a que obtém a maior redução de peso/volume (cerca de 90%).

A forte campanha contrária às Usinas de Incineração de resíduos durante década de 80 resultou na adoção de legislações ambientais com limites extremamente rigorosos para as emanações gasosas, nos EUA, nos países da União Européia e no Japão. Como conseqüência, observou-se o encerramento das atividades de centenas de Plantas de Incineração que não apresentavam conformidade com os novos limites de emanações, ao mesmo tempo em que pesados investimentos foram realizados, objetivando a adequação dos sistemas de tratamento dos gases e vapores da incineração. Somente nos EUA, levantamentos mostram que mais de US$ 1 bilhão foram investidos na adequação de usinas.

A Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes, assinada e ratificada por dezenas de Países, inclusive pelo Brasil em 2001, na Parte V do Anexo C, indica o tratamento térmico realizado de forma adequada é recomendado como ‘Melhores Técnicas Disponíveis’. E conclui: "os Países do 1º Mundo, onde se encontram instaladas e em operação mais de 80% da Usinas de Geração de Energia a partir do Lixo Urbano, entendem ser esta uma das boas opções para substituição da energia de combustíveis fósseis por fontes alternativas renováveis, com indiscutível economia ambiental e financeira em relação aos cada dia mais distantes aterros sanitários".
Centro de tecnologia



Objetivando a comprovação e aprimoramento de suas tecnologias patenteadas a USINAVERDE investiu recursos próprios no desenvolvimento tecnológico, projeto, construção e operação de um Centro Tecnológico dotado de Usina Protótipo com capacidade para tratar 30 ton/dia (1.250 kg/h), com geração de energia para consumo próprio.

O Centro Tecnológico está localizado numa área de 5000 m², em área da Fundação BIORIO, no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro/RJ.

Para o desenvolvimento da tecnologia foi firmado um acordo de cooperação técnica com a Fundação Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos Tecnológicos – COPPETEC, em janeiro de 2002, para execução de serviços especializados, em nível de laboratório e de apoio técnico na implantação da Usina Protótipo, estudos do sistema de geração de energia elétrica e otimização do processo.

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