Degelo ameaça reservas de água do planeta
A cobertura de gelo da Terra está encolhendo a um ritmo muito maior do que se imaginava, atestam diversas pesquisas publicadas recentemente. Porém, são partes e tipos específicos do gelo das regiões polares, que representam 1% do volume de gelo do planeta, que estão derretendo e que podem contribuir ou não para o aumento do nível do mar.
A afirmação é de um dos maiores especialistas no assunto, o coordenador geral do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Criosfera, Jefferson Cardia Simões.
Nossa maior preocupação hoje é com o degelo das geleiras de regiões montanhosas, como os Andes, que estão dando a maior contribuição para o aumento do nível do mar, conta o glaciólogo, que é um dos líderes do Programa Antártico Brasileiro (Proantar).
A Antártida e a Groenlândia também contribuem com esse fenômeno, mas é só uma porção muito pequena do gelo dessas regiões que está derretendo. Já o gelo do oceano Ártico também está derretendo, mas não afeta o nível do mar, afirma.
O especialista abordará esse assunto em uma conferência que fará na 62ª Reunião Anual da SBPC evento que a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) realizará de 25 a 30 de julho em Natal (RN).
De acordo com Simões, é o gelo mais quente, que está mais próximo do ponto de fusão e situado ao norte da Antártida e ao sul da ilha da Groenlândia, que está derretendo com maior velocidade nas duas regiões polares e que ao se desfazer pode contribuir para o aumento do nível do mar. Entretanto, ele representa menos de 1% do volume total do gelo do continente antártico, que concentra 90% de todo o gelo do planeta, e uma pequena fração do gelo da Groenlândia.
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