Água e alimento: como abastecer o Brasil e o mundo?

Data: 24/06/2010

Água e alimento: como abastecer o Brasil e o mundo?


A água, além de servir ao consumo da população e movimentar a indústria, tem como seu principal usuário a agricultura (70%). Como resultado da escassez de água no planeta, em 2030, 55% da população do mundo será dependente de importação de comida. Em 2050, 4 de 9 bilhões de pessoas vão viver com suprimento de água abaixo do recomendável. A Ásia, o Oriente Médio e o Norte da África sofrerão os maiores impactos. Como ampliar os recursos hídricos e ainda gerar eletricidade? Como alimentar o mundo e ao mesmo tempo cumprir com a legislação ambiental no Brasil?

Para Amaury Júnior, diretor de Investimentos da Vision Brazil Investments, a produção de grãos tem se mantido em alta, assim como a demanda. “Em seis dos últimos nove anos, o consumo global de grãos tem ultrapassado a produção. Somam-se a essas questões a escassez de terras cultiváveis. As terras com capacidade de produção de grãos mundial aumentou em 10% entre 1961 e 1985, mas apenas 3% entre 1985 e 2003. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que a expansão em acres precisará crescer quase três vezes mais rápido do que nas últimas duas décadas”, informa o executivo.

Por fim, a projeção é que a população mundial cresça 37%, de 6,7 bilhões, atualmente, para 9,2 bilhões em 2050. Entre os 20 mais populosos países em 2050, 18 serão de economias em desenvolvimento ou em transição. Em 2025, 1,1 bilhão de pessoas na China e Índia irão se unir ao grupo da classe média. Segundo Amaury Júnior, “à medida que a população se urbaniza, a dieta básica sofre alterações que influenciam na demanda final de commodities. Logo, o crescimento da renda dessa população afetará a demanda por comida: serão necessários três quilos de grãos para produzir um quilo de galinha. Serão necessários sete quilos de grãos para produzir um quilo de carne de boi”, explica.

A procura por alimentos se constitui num cenário promissor para a agricultura brasileira e para potenciais investidores. Além disso, o Brasil está atento a oportunidades do mercado de agronegócio sustentável, que contribua, por exemplo, com a redução do desperdício da água e das emissões de gases do efeito estufa.

Yara Donda, advogada do escritório Buranello Passos e geógrafa, afirma que a legislação ambiental brasileira é uma das mais antigas e mais completas, e como tal, tem se aprimorado para assegurar concomitante proteção ao meio ambiente e à produção, garantindo uma produção sustentável. “Cada vez mais, quem não cumpre com a legislação ambiental do País fica impossibilitado de produzir. Não que isso mitigue totalmente o risco do investidor, pois o risco existe, seja no âmbito legal, de mercado, de crédito, imagem, no desembolso, na tomada e execução de garantias irregulares, mas este risco pode ser suavizado com a devida verificação, monitoramente e treinamento, isto é, com a devida assessoria.”

Buranello Passos Advogados




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