O papel do Marketing Ambiental

Data: 24/06/2010

O papel do Marketing Ambiental


O Marketing Ambiental não pode ser produto da improvisação e muito menos do plágio ou clonagem de experiências bem-sucedidas, sendo muito específico, diferente e necessariamente estudado pelos que entendem o meio ambiente. Atualmente, em muitas empresas, o marketing ambiental está sendo vinculado aos princípios de desenvolvimento sustentável e também considerando os alcances das tendências globais e os mercados cada vez mais exigentes, alguns focados como objetivo estratégico. Claro está que a validade do marketing ambiental pode não priorizar a visão que poderia estar fundada tanto no desenvolvimento sustentável como nas exigências e tendências no plano ambiental e as estratégias empresariais em relação ao diferencial e excelência.

Não obstante isso, esses aspectos não devem ser desconsiderados já que na competitividade empresarial e na ética social começam a ter um lugar de grande importância e cada vez mais significante e influente. Mesmo que a questão empresarial ainda tenha um grande peso no imediatismo das relações de negócios, essa relação está mudando de forma significativa, seja pela globalização, pelas exigências do mercado, pela visão das futuras regras, para evitar ou adaptar-se aos impactos das novas tecnologias tendentes a absoletar e para substituir produtos e sistemas, assim como outros componentes.

O marketing ambiental constitui-se como uma ferramenta eficaz, tanto na relação dos negócios como para o aprimoramento do conceito e da cultura empresarial e social como um todo. Serve tanto para a formulação de uma visão interna como externa da empresa, que chega ao mercado usuário e consumidor permitindo externar eticamente o interesse e a conduta empresarial aliados a um produto e serviço na busca de excelência e no diferencial das relações de negócios e de resultados.

O marketing ambiental não deve ser produto da improvisação e muito menos plágio ou clonagem de experiências bem – sucedidas. Ele é muito específico, diferente e necessariamente estudado pelos que entendem o meio ambiente no seu contexto ambientalista global e holístico, e não simplesmente desde a perspectiva tecnocrática ou de comunicação textual e visual simplista.

Os resultados dependem de uma estratégia e de um plano bem elaborado, contínuo e responsável e de alcance interno e externo por meio de formas e ferramentas objetivamente estudadas, adaptadas e possíveis. Nesse aspecto a improvisação, o imediatismo e os efeitos visuais e / ou festivos poderiam não ter um lugar de destaque, como também insinuar atestados de um gerenciamento despreocupado.

Em poucas palavras, marketing é desenvolver e produzir alguma coisa que antes foi descoberta ou desenvolvida pela própria empresa, por outra ou por uma equipe de pessoas para atender um mercado ou, desenvolver e produzir um novo produto ou serviço substitutivo de um existente, um novo de necessidade, ou qualquer de uso, consumo direto, auxiliar e/ou dependente de outro ou simplesmente um “oportuno “.

Desde essa perspectiva é reconhecido como tal quando está presente e inserido eticamente em toda a política e gerenciamento da empresa, isto quer dizer desde a região e local de instalação da empresa ou o estudo consciente e correto da região de sua possível mudança; a capacidade de seleção, treinamento, manutenção, relações sociais, cuidados e investimentos nos seus recursos humanos; o ambiente dentro da empresa, o envolvimento dos funcionários, o gerenciamento, o desenvolvimento e processamento de seus produtos e / ou serviços, a qualidade, a melhoria constante, embalagens, distribuição, tipo e racionalidade do transporte, relação cultural com o mercado e clientes e todas as atividades e funções.

Quando a questão do marketing ambiental é aplicável a empresas que comercializam bens e/ou serviços relacionados ao controle ambiental, tudo anteriormente exposto deve ser tratado pensando que o seu cliente comprador dispõe de um mínimo de cultura ambiental crescente e conhecimentos técnicos suficientes para diferenciar o que é um simples argumento de propaganda, uma apologia, o que dependendo do caso pode até resultar em dúvidas ou desqualificações.

Hoje, as equipes envolvidas na compra ou contratação conseguem avaliar e diferenciar, não somente aquilo que é mostrado e até demonstrado no produto ou serviço, os conhecimentos culturais dos contratos diretos, assim como verificar o engajamento e conhecimento da empresa na problemática e soluções ambientais no contexto global, questões essas cada vez mais relevantes.

Muitas vezes, utilizam-se das certificações ISO e a política de meio ambiente de forma desconectada e difusa. Durante uma viagem de estudos que fiz ao Japão, o professor de cultura e comunicação Mitsuhiro Saito, disse-me : “ ... muitas vezes, no Ocidente percebe-se que a certificação ISO e outros diplomas mostram-se sem sentido ou inconexos... é como se alguém para mostrar sua identidade e competência estampasse, em sua pele e suas roupas, sua identidade, carteira de motorista, medalhas, troféus, etc. Qualquer membro da Yakuza tem tudo isso e muito mais, pelas suas aparências poderiam ser considerados pessoas nobres... o valor está na ética em toda sua expressão, na cultura, na conduta, no ambiente, no comportamento e na prática...”

Essas impressões, como outras de outros ilustres professores e gurus, ficaram muito presentes e de alguma maneira enriqueceram e formaram conceitos extremamente úteis no meu trabalho de gerenciamento empresarial.

O marketing ambiental é possível independentemente da empresa, produto ou serviço, tenha ela certificação, prêmios, menções, diplomas ou não. Em todos os casos, necessita ser considerado como um investimento e aplicar-se os critérios relacionados. O investimento poderá ser definido como de retorno direto vinculado ou desvinculado ao produto ou serviço.

Pode ser direcionado somente ao produto, assim como motivador, como promotor de marca, também para o papel da função social da empresa ou como meio para o reconhecimento institucional.

Nas notas de 10 e 50 reais há imagens de uma arara e de uma onça pintada. Para que esses membros ativos da biodiversidade brasileira não sejam no futuro uma simples imagem da lembrança, as notas deveriam complementar com outra legenda significativa para sua preservação.

Em contrapartida, muitas empresas têm vinculado sua política ambiental a questões como preservação e recuperação, algumas pelo seu marketing interno e externo aportando uma estimável contribuição cultural.

Eduardo Raccioppi – Diretor do Instituto Aruandista de Pesquisas e Desenvolvimento e diretor da divisão Aruanda Consult

www.amda.org.br



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