Recuperar áreas desmatadas custa R$ 6 bi por ano, diz Banco Mundial

Data: 17/06/2010

Recuperar áreas desmatadas custa R$ 6 bi por ano, diz Banco Mundial


R$ 6 bilhões por ano. Esse é o preço estimado para a recuperação de áreas de proteção ambiental desmatadas em propriedades rurais do Brasil, segundo o estudo Cenários de Baixo Carbono para o Brasil do Banco Mundial (Bird), que será divulgado nesta quinta-feira (17). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apesar do custo, essa é uma das medidas com maiores chances de sucesso na busca por reduzir as emissões de gases responsáveis pelo aquecimento global nas próximas duas décadas. A recuperação de áreas de reserva legal de propriedades rurais é o que desperta uma das principais polêmicas no debate sobre mudanças do Código Florestal brasileiro.

O estudo do Banco Mundial reconhece dificuldades para a recuperação de 440 mil quilômetros quadrados de floresta, dimensão estimada para o passivo ambiental das áreas de proteção nas propriedades rurais. "Para começar, é uma atividade dispendiosa. Em segundo lugar, propriedades rurais perderiam áreas produtivas durante o período de regeneração da cobertura vegetal."

A legislação atual impõe a preservação de vegetação nativa em pelo menos 20% das propriedades e atribui ao proprietário a responsabilidade pela recomposição do bioma. O porcentual da reserva legal é de 80% nas áreas de floresta amazônica. "Não é fácil a aplicação da legislação", afirma o estudo do Banco Mundial, que, no entanto, conta com a recuperação gradual das áreas de reserva legal e não considera a hipótese de mudança na legislação. "Nos setores de energia e de transportes é mais difícil reduzir as emissões, uma vez que já estão em níveis baixos, de acordo com padrões internacionais", avalia o banco.

O documento reitera informações do inventário oficial de carbono do País, que indicou o desmatamento, estimulado pela expansão da agricultura e da pecuária, como a maior fonte das emissões de gases de efeito estufa do Brasil. "A produção agrícola e a pecuária geram também emissões diretas, juntas respondendo por um quarto das emissões nacionais brutas", relata o Bird.



Amazonia.org.br /EcoAgência



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