O carbono dos solos pode cortar emissões e melhorar as terras agrícolas ao redor do globo?

Data: 11/06/2010

O carbono dos solos pode cortar emissões e melhorar as terras agrícolas ao redor do globo?


Ecosystem Marketplace*

Nos últimos 12 meses, uma série de novas metodologias e perspectivas de projetos tem sido anunciadas para auxiliar na restauração dos solos, melhorar a produção e reduzir os custos da mitigação de gases do efeito estufa.

Porém, manter a material orgânica no solo não é tarefa fácil em um mundo que deve corrompe-la para alimentar a população. As práticas para manter o carbono no solo precisam melhorar a produtividade enquanto moderam a aragem, fertilização e outras técnicas favoritas dos monocultores convencionais.

Há muito tempo confinado à Bolsa do Clima de Chicago (CCX, em inglês), o carbono do solo está ganhando credibilidade mundialmente. Três metodologias, os marcos para design, certificação e operação de projetos de carbono, estão esperando a validação sob o Voluntary Carbon Standard (VCS), e muitas outras estão vindo.

A província canadense de Alberta tem três protocolos aprovados e muitos outros sendo estudados, enquanto diversos sistemas regionais norte-americanos tem se juntado à CCX no desenvolvimento de formas para clamar por estes créditos. As agências federais norte-americanas estão apostando nas pesquisas e o setor privado está liderando na descoberta de maneiras para medir, monitorar e incrementar o carbono nos solos, e tiram lucro disso.

O Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC) relata que o seqüestro de carbono do solo concorre com setores como de energia e industrial, com potencial de mitigação de gases do efeito estufa de cerca de 6 bilhões de toneladas ao ano, grande parte através do manejo de cultivos e pastagens em países em desenvolvimento.

Até agora este é um nicho pequeno nos mercados de carbono. Os dados mais recentes apresentam 2,7 milhões de toneladas de créditos agrícolas em negociações de balcão voluntárias (5,4% do mercado voluntário) e 21 milhões de Reduções Certificadas de Emissão (RCEs), equivalente a apenas 6% do MDL, apesar deste último não permitir o uso de créditos provenientes apenas de projetos envolvendo o carbono do solo.

Para tornar mais consistente o mercado de seqüestro de carbono no solo, as metodologias precisarão aprimorar produtividade e estoques de carbono através da restauração de pastagens e cultivos, conservação da vegetação nativa e, é claro, mensuração e monitoramente custo-efetivas.

Este processo ainda pode levar anos de lobbies políticos e pesquisas cientificas. Mesmo assim, grande parte depende do clima político.

As três metodologias esperando validação sob o VCS envolvem aplicações de ‘biochar’ em sistemas agrícolas e florestais, manejo agrícola sustentável da terra em países em desenvolvimento (SALM, em inglês) e conversão evitada de florestas sobre turfeiras.

O protocolo SALM foi testado no Quênia em propriedades de café e de subsistência, aumentando os estoques de carbono de 0,5 toneladas de CO2/ano para 4 tCO2/ano aplicando técnicas como adição de dejetos, cultivos perenes, uso de coberturas e manejo do gado.

Leia o texto na íntegra, inclusive análises mais aprofundadas das metodologias em http://www.ecosystemmarketplace.com/pages/dynamic/article.page.php?page_id=7580§ion=news_articles&eod=1

* Traduzido por Fernanda B. Muller, CarbonoBrasil



< voltar