Sabesp e Foz do Brasil desenvolvem o maior projeto de água de reúso do Hemisfério Sul

Data: 02/06/2010

Sabesp e Foz do Brasil desenvolvem o maior projeto de água de reúso do Hemisfério Sul



A Sabesp e a Foz do Brasil, empresa de engenharia ambiental da Organização Odebrecht, apresentam o projeto Aquapolo, empreendimento de porte inédito no Hemisfério Sul e o 5º maior do mundo, dedicado à produção de água de reúso para fins industriais, tendo como insumo o esgoto tratado. Capacitado para produzir 1.000 litros por segundo (l/s) de água de reúso, o Aquapolo abastecerá o Polo Petroquímico do ABC paulista, podendo fornecer esse recurso para os municípios e empresas próximas aos 17 km de sua adutora.


O projeto permitirá que o Governo de São Paulo aumente a oferta de água tratada para a Região Metropolitana de São Paulo. O volume de água de primeiro uso que deixará de ser consumido pelas indústrias é suficiente para abastecer continuamente uma população de 350 mil habitantes, com capacidade para chegar a 600 mil, caso seja estendido a outros clientes. O desenvolvimento e implementação do projeto foram alavancados por um cliente de peso, a Braskem, através de sua controlada Quattor, que consumirá 65% da produção do Aquapolo.


O Aquapolo envolve investimentos de cerca de R$ 252 milhões por meio de um contrato que se estende até 2043 (34 anos). As obras, sob responsabilidade da Construtora Norberto Odebrecht, foram iniciadas em abril deste ano e o fornecimento de água de reúso está previsto para começar 21 meses após a concessão de todas as licenças. Durante a fase de implementação, cerca de 800 postos de trabalho serão gerados.


O projeto prevê a construção de uma Estação de Tratamento Terciário em uma área de 15 mil m² dentro da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) ABC, da Sabesp, localizada na divisa entre os municípios de São Paulo e São Caetano do Sul. Para levar a água de reúso gerada para o Polo Petroquímico, será construída uma adutora de aço com 17 km de extensão, que passará pelos municípios de São Caetano do Sul e Santo André até chegar ao Pólo em Mauá.


"A água de reúso precisa ser melhor explorada no País, pois é um produto fundamental para a preservação dos recursos hídricos. Reciclar e reaproveitar o esgoto de nossas estações de tratamento permite atendermos à crescente demanda da indústria por água e, ao mesmo tempo, suprir a população com água potável, sem a necessidade de aumento da utilização dos escassos recursos hídricos disponíveis.


Além de empresas do setor privado, temos parcerias com prefeituras da Região Metropolitana de São Paulo para a rega de jardins e limpeza de ruas após as feiras livres. Com o Aquapolo, a Sabesp cumpre o seu objetivo, que é o de ser uma empresa de soluções ambientais", afirma o presidente da Sabesp, Gesner Oliveira.


“As características do Aquapolo, que o fazem despontar com o maior projeto do gênero de todo o Hemisfério Sul, compreendem uma tecnologia nunca antes adotada em grande escala no País”, ressalta Fernando Santos-Reis, presidente da Foz do Brasil.


A água de reúso é produzida a partir do esgoto tratado pela ETE ABC. Esse efluente tratado, que normalmente seria retornado à natureza, passa primeiro por membranas de ultrafiltração, seguindo para as membranas de osmose reversa que, por pressão, extraem a alta condutividade e os padrões sólidos, a amônia e outros elementos que tornam o efluente impróprio para o uso industrial.


Para se ter uma ideia das particularidades que fazem do Aquapolo um empreendimento de destaque, no Hemisfério Sul, somente a Austrália possui um projeto similar que, entretanto, produz 500 l/s de água de reuso a partir do esgoto tratado, menos da metade da capacidade de produção do Aquapolo.


Em terras brasileiras, este salto se torna ainda maior. As plantas do gênero já existentes geram entre 50 e 60 l/s. A produção de água de reúso do Aquapolo não será totalmente absorvida pelo Pólo Petroquímico podendo ser vendida para outras indústrias e municípios da região a partir de derivações que podem ser realizadas ao longo dos 17 km de sua adutora.


“Participar desse projeto vai ao encontro do objetivo da Braskem e da Quattor de minimizar os impactos ambientais decorrentes de suas atividades e ampliar a ecoeficiência de seus processos, em linha com o compromisso das nossas empresas e dos parceiros envolvidos no projeto em promover o desenvolvimento sustentável”, afirma Luiz de Mendonça, presidente da Quattor. “Por esse motivo tomamos a decisão de acelerar o projeto”, acrescenta.

ass. Sabesp


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