Pacote para ciência e tecnologia chega a R$ 2 bi

Data: 28/05/2010
Recursos serão administrados pela Finep; maior parte vem do BNDES


A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) vai administrar quase R$ 2 bilhões em recursos voltados para inovação, ciência e tecnologia. O pacote foi anunciado nesta quarta-feira (26/5) durante a 4ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia (CNCTI).



A maior parte virá do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que assinou memorando de entendimento com a Finep que deve render até R$ 1,7 bilhão à financiadora, uma das principais agências de fomento do país.



Do total, R$ 1 bilhão será destinado a projetos de tecnologia que permitam o aproveitamento da cana de açúcar, principalmente o bagaço e a palha, na produção de etanol e de novos produtos, como polímeros, óleos especiais e biodiesel. Segundo a Finep, este será um primeiro passo para a estruturação de um complexo industrial do álcool no Brasil, a exemplo do que já acontece com o setor petroquímico. A operação está prevista para começar em 30 de julho.



Outros R$ 750 milhões serão utilizados em projetos de inovação. "Estendemos essa linha de crédito para que não faltem recursos para essa área", afirmou ao JC João Carlos Ferraz, diretor de Gestão de Riscos; Pesquisa e Acompanhamento Econômico; e Planejamento do BNDES.



Os recursos devem ser liberados em junho. Esses contratos de financiamento utilizarão taxas fixas de 3,5% para projetos de pesquisa e desenvolvimento nas áreas prioritárias da Política de Desenvolvimento Produtivo do governo Federal, e de 4,5% para estudos e iniciativas de implantação de mudanças de processos de pesquisa e desenvolvimento nas empresas.



Pré-Sal



A Finep ainda vai disponibilizar R$ 130 milhões em duas chamadas para projetos relacionados ao pré-sal. A maior parte, R$ 100 milhões, será destinada a iniciativas feitas por empresas e instituições científicas e tecnológicas que atendam a cadeia produtiva do setor de exploração de petróleo e gás. Serão priorizados estudos sobre válvulas, conexões e flanges, umbilicais submarinos, caldeiraria, construção naval, instrumentação e automação.



Os R$ 30 milhões restantes vão apoiar a criação, adequação e capacitação de laboratórios. Haverá três linhas de apoio, para laboratórios de ensaio de desempenho de válvulas e acessórios de tubulação, de produtos de segurança e de qualificação e análise de umbilicais.



Nas duas chamadas, o valor mínimo das propostas deverá ser de R$ 1 milhão, incluindo as bolsas de estudo e pesquisa.



Universidades



Outras duas chamadas, totalizando R$ 120 milhões, financiarão projetos de ampliação, modernização e implantação de infraestrutura de pesquisa científica e tecnológica em universidades brasileiras. O primeiro edital, de R$ 60 milhões, tem como alvo universidades privadas "com tradição de pesquisa". É necessário haver ao menos um curso de doutorado na instituição.



A outra chamada é destinada à implantação de infraestrutura de pesquisa em novas universidades federais, com ato de criação a partir de 2002, e nos campi fora de sede.

(Marcelo Medeiros, do Jornal da Ciência)






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