Presidente Lula quer mais recursos para C&T em 2011

Data: 28/05/2010

Na abertura solene da 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou-se um "cúmplice" da ciência e tecnologia


Em discurso de improviso, o presidente Lula garantiu que a proposta de Orçamento para 2011, que tem que ser enviada para o Congresso Nacional até agosto, vai prever mais recursos para ciência e tecnologia. "Até agosto, teremos que apresentar o Orçamento de 2011. Então, quem estiver disputando as eleições, que dispute, porque na lei orçamentária nós vamos colocar um pouquinho mais para ciência e tecnologia", disse Lula. O presidente falou por cerca de 30 minutos, abandonando o discurso escrito.



Lula dirigiu-se aos "homens e mulheres de ciência" - a cerimônia foi marcada também pela entrega da Ordem Nacional do Mérito Científico, que admitiu neste ano 75 personalidades, nas classes Grã-Cruz e Comendador, e promoveu 23 membros da classe de Comendador para a classe da Grã-Cruz - e destacou os avanços no desenvolvimento científico nacional.



O presidente também fez elogios à atuação do ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, a quem chamou de "jeitoso" no trato político e creditou grande parte do sucesso do Plano de Ação para Ciência, Tecnologia e Inovação (PACTI 2007-2010). O plano, segundo Lula, é o grande legado da gestão de Rezende.



Dizendo-se "cúmplice da ciência e tecnologia", o presidente reconheceu que não entende muito do assunto, mas que "conversando, aprendeu os princípios gerais". Além de destacar o crescimento no Orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Lula abordou temas como inovação - para ele, descobriu-se que os empresários brasileiros não têm o "hábito" de investir em pesquisa e desenvolvimento - e política. "Fazer política é a arte de ser teimoso. Fazer ciência era a arte de ser teimoso. Agora, não; é a arte de fazer ciência num país que tem uma política", comparou Lula.



Marcado por descontração, gargalhadas e aplausos do público, o discurso presidencial começou com um exemplo de como fazer política. Na cerimônia, Lula assinou mensagens de envio de três projetos de lei do executivo para o Congresso. Os projetos preveem a criação de três institutos de ciência e tecnologia - um no Nordeste, outro no Pantanal e um terceiro focado em estudos da água.



Segundo contou Lula, os projetos estavam parados há oito meses no Ministério do Planejamento. "Às vezes, um ministro briga com o outro e [os projetos"> vão divididos para a Casa Civil", disse Lula, destacando a importância das "reuniões de conciliação" no governo.



Outros atos e protocolos de intenções foram assinados na cerimônia da noite desta quarta-feira, entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).



Nesse bojo, foram lançados a chamada da Subvenção Econômica deste ano e um edital para apoio a pós-doutorado. Foram firmados também um protocolo de intenções para uma parceria entre Finep e BNDES na área de inovação, além de autorizações para lançar editais focados no apoio a tecnologias associadas à exploração de petróleo na camada pré-sal e de recuperação da infraestrutura em universidades públicas.

(Vinicius Neder, do Jornal da Ciência)






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