Paz para a Floresta Boreal

Data: 20/05/2010

Paz para a Floresta Boreal



Acordo ambicioso e inédito entre a Associação de Produtos da Floresta (APF), organização canadense que regula empresas do setor de madeira e celulose, e uma coalizão de nove ONG´s, entre elas o Greenpeace, selou oficialmente moratória de três anos para derrubadas na Floresta Boreal do do Canadá.

O acordo cobre uma extensão de florestas públicas de 72 milhões de hectares – ou duas vezes o tamanho da Alemanha. Destes, 29 milhões de hectares são de Floresta Boreal, a maior e mais antiga da América do Norte. Sua paisagem de rios, lagos, rochedos e gramíneas é lar para animais selvagens, entre eles, uma espécie de alce em perigo de extinção, santuário para milhões de aves migratórias, além de ser um dos maiores estoques terrestres de carbono do planeta, armazenando 25 bilhões de CO2, ou o equivalente às emissões de 12 bilhões de carros por ano.
Além da moratória, as empresas membros do APF, que fazem uso de dois terços de todas as florestas certificadas do Canadá para fabricação de derivados de madeira, como fibra, polpa de celulose e papel, comprometem-se a seguir padrões de manejo ambiental pioneiros no mundo e desenvolver planos de longo prazo para a recuperação da floresta e proteção da espécie de alce ameaçada.
“Esta é nossa melhor chance de salvar o alce destes bosques, proteger permanentemente a Floresta Boreal, garantir o armazenamento de um imenso estoque de carbono mundial e estabelecer práticas responsáveis inéditas para nossas florestas”, comemora Richard Brooks, Coordenador da Campanha de Florestas do Canadá. Avrim Lazar, presidente da APF, também celebrou a coalizão com os ambientalistas: “As empresas que compõe a Associação identificaram uma forma mais inteligente e produtiva de conciliar desafios econômicos e ambientais”
O acordo coroa uma ação de sete anos em favor da conservação da Floresta Boreal canadense. Em agosto de 2009, o Greenpeace também conseguiu que a fabricante de lenços de papel e papel higiênico Kimberly-Clark, detentora das marcas Kleenex, Scott e Huggies, zerasse o uso de fibra proveniente de florestas ameaçadas ou importantes para conservação no Canadá.
“A vitória obtida pelo Greenpeace e outras oito ONGs contra os destruidores das florestas no Canadá, consolidada no acordo assinado hoje, além de grande notícia para a biodiversidade e o clima no planeta, demole o discurso pseudo-nacionalista de gente como o deputado Aldo Rebelo e a bancada da motosserra no Congresso, que justificam o desmatamento acusando quem defende florestas aqui de fazer parte de uma conspiração imperialista contra o desenvolvimento do Brasil”, diz Paulo Adário, diretor da Campanha de Amazônia do Greenpeace brasileiro.
Saiba mais sobre o acordo com a Kimberly-Clark:
http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/kimberly-clark-afirma-que-n-o/

Assessoria Greenpeace


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