Relatório alerta para perda da biodiversidade
Segundo as Nações Unidas os ecossistemas estão chegando perto do limite e se seguirem sendo explorados de forma insensata se deteriorarão rapidamente e serão menos úteis para a humanidade, prejudicando a produção de alimentos e a outras indústrias.
Além dessa conclusão, o Global Biodiversity Outlook (GBO), que teve sua terceira edição publicada nesta segunda-feira (10), traz também análises dos impactos econômicos da perda da diversidade e confirma que priorizar a preservação é uma ótima ferramenta para o o combate a pobreza.
Mas as notícias não são boas. Nós continuamos a perder biodiversidade a uma taxa nunca antes vista na história, resume Ahmed Djoghlaf, secretário executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica, responsável pelo GBO 3.
O relatório leva em conta mais de 110 estudos e diversos indicadores que mostram, por exemplo,que a abundância de vertebrados, como mamíferos, pássaros e peixes, caiu um terço entre 1970 e 2006.
O GBO 3 também dá destaque ao fracasso dos países em alcançar as metas da biodiversidade firmadas na África do Sul em 2002 e que tinham como prazo limite o ano de 2010.
Entre os objetivos que não foram alcançados estão a proteção de ao menos 10% das regiões ecológicas terrestres, o controle da invasão de espécies exóticas e regras mais rígidas para que o comércio internacional não prejudique o meio ambiente.
Apesar do GBO 3 reconhecer alguns progressos, de uma maneira geral um número maior de espécies está caminhando cada vez mais rápido para a extinção.
A publicação do relatório marca o começo de duas semanas de conversas governamentais em Nairobi, no Quênia, que tem como objetivo traçar medidas para diminuir a perda da biodiversidade e que poderão ser adotadas no encontro da Convenção sobre Diversidade Biológica, em outubro, no Japão.
Economia
Segundo a ONU, a relação entre a perda natural e prejuízos econômicos existe e cada vez se fará mais clara.
Um projeto chamado de A Economia dos Ecossistemas e Biodiversidade (TEEB) está tentando quantificar os valores econômicos dos serviços naturais, como purificar a água e ar. O TEEB já calculou que a perda anual de florestas custaria à economia mundial algo como US$ 2 trilhões.
Do ponto de vista estritamente econômico destruir o meio ambiente é um mau negócio. Quanto mais os ecossistemas ficam degradados, maior o risco de que seja impossível recuperá-los, e assim eles se tornam menos úteis às pessoas.
A humanidade fabricou a ilusão de que não dependemos da biodiversidade ou que ela seja algo periférico. Mas o fato é que precisamos mais do que nunca do meio ambiente, estamos indo para uma população de nove bilhões de pessoas em 2050. Seguir com os modelos atuais de negócios não é mais uma opção se queremos evitar danos irreversíveis para os sistemas essenciais à vida no nosso planeta, conclui Achim Steiner, diretor executivo do Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas (UNEP).
(CarbonoBrasil)
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