MMA assina acordo para fazer diagnóstico sobre lixo eletrônico no Brasil
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, assinou hoje em São Paulo um termo de cooperação técnica com o Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre) para a elaboração de um inventário sobre a reciclagem de lixo eletrônico no País.
Esperamos que até o final do ano o Ministério tenha um cenário menos nebuloso sobre a questão da reciclagem de resíduos eletroeletrônicos no País, afirmou a Ministra diante de empresários do setor, que compareceram ao evento.
A ideia do inventário é usar as informações das empresas que compõem o CEMPRE para saber a quantas anda a reciclagem de eletrônicos e o que pode ser feito a respeito, informou o presidente do CEMPRE, Victor Bicca.
Espera-se que o inventário fique pronto dentro de 4 meses. Os empresários do setor também estão na expectativa da aprovação, pelo Senado, da Lei de Resíduos Sólidos, que já passou pela Câmara. A nova Lei tem uma seção específica para tratar de logística reversa (nome que se dá à prática de gestão dos resíduos pela empresa que os gerou).
Mas o Brasil ainda engatinha nessa questão. Existem cerca de dez empresas que recolhem resíduos eletroeletrônicos no Brasil, mas o País não tem tecnologia para reaproveitar todo o material. Os componentes que contêm metais pesados, por exemplo, são enviados para fora do País, para cinco empresas que conseguem transformar o componente em metal novamente.
O compromisso firmado entre o CEMPRE e o MMA e a aprovação da Lei de Resíduos Sólidos vão abrir novas perspectivas para o Brasil. É de se esperar que apareçam mais empresas que consigam lidar com a logística reversa no País, inclusive por meio de transferência de tecnologia. É uma área que está apenas começando, afirmou o diretor de assuntos governamentais da HP, Hugo Valerio.
Sem prejuízo
A Philips do Brasil iniciou um programa de logística reversa há dois meses. De acordo com Marcos Bicudo, presidente da empresa no Brasil, no primeiro mês foram recolhidas 8 toneladas de lixo eletroeletrônico. A Philips tem 40 postos de coleta no Brasil e o cliente tem também a opção de ligar para a empresa, para que ela recolha o material em sua casa.
Para ser sustentável, a reciclagem tem de ter valor econômico, tem de ser economicamente viável. Um bom negócio é um negócio perene, disse Bicudo.
O Estado de S. Paulo
< voltar