Voluntários, militares e BP se unem contra mancha de petróleo

Data: 07/05/2010

Voluntários, militares e BP se unem contra mancha de petróleo


Por Matthew Bigg
VENICE, Estados Unidos (Reuters) - Operários, voluntários e militares terão nesta quinta-feira mais um dia de combate à mancha de petróleo que ameaça a costa sul dos EUA, enquanto surgem questionamentos à prática das autoridades de isentarem alguns projetos petrolíferos de apresentarem relatórios de impacto ambiental, como foi o caso do poço da BP que está jorrando petróleo no golfo do México.

Políticos continuam pressionando a empresa britânica a limitar os prejuízos ambientais e econômicos do acidente. A empresa de perfuração Transocean disse que o Departamento de Justiça dos EUA lhe pediu para preservar todos os registros relativos à perfuração do poço e à explosão que provocou o naufrágio da plataforma de exploração que havia no local do acidente, há duas semanas.

Na quarta-feira, a BP começou a transportar um enorme equipamento metálico que irá canalizar parte do petróleo que sai do poço para um navio na superfície. O equipamento levará cerca de 12 horas para chegar ao local do acidente, na costa da Louisiana. Depois de instalado, ele deve começar a recolher o petróleo na segunda-feira, segundo Doug Suttles, diretor de operações da BP.

Ele alertou, no entanto, que não há garantias de que a peça de 98 toneladas irá funcionar a mais de 1,5 quilômetro de profundidade.

Os ventos mantêm a mancha afastada da costa, praticamente parada. "Se você olhar a nossa trajetória para as próximas 72 horas, ela não mostra muito movimento a partir de onde está agora", disse o meteorologista Charlie Henry, da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica.

O bom tempo permitiu também uma série de "queimas controladas" do material na quarta-feira, algo que não havia sido tentado desde o acidente de 28 de abril, que deixou 11 desaparecidos.

Também na quarta-feira, cresceram os questionamentos à decisão do Serviço de Gestão Mineral de isentar a BP de apresentar um detalhado relatório de impacto ambiental para o malfadado projeto, já que as autoridades entenderam que havia poucos riscos envolvidos. Membros do governo dizem que esse tipo de isenção está sendo revisto.

O Departamento do Interior disse que o Serviço de Gestão Mineral dispensou a BP do relatório porque já havia realizado avaliações detalhadas na região anteriormente.
BP já conseguiu conter um dos três vazamentos no poço, que, no entanto, continua jorrando quase 800 mil litros de petróleo por dia no mar. A empresa começou a escavar um poço alternativo, o que pode levar dois a três meses.

Em vários pontos do golfo do México, técnicos colocam varas flutuantes na água, para conter a mancha, e usam dispersantes. O petróleo ameaça atingir ecossistemas valiosos, e também áreas onde há grande atividade econômica ligada à pesca e ao turismo.

(Reportagem adicional de Matt Daily em Nova York e Tom Bergin em Londres; Anna Driver e Chris Baltimore em Houston; Tom Brown e Pascal Fletcher em Miami; Michael Peltier em Pensacola; Brian Snyder em Mobile; e Richard Cowan in Washington)




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