Paraná: Bacia dos Apertados será decretada área de manancial de abastecimento público

A Sanepar, juntamente com a Suderhsa e demais órgãos de governo, está demarcando a abrangência da área da bacia. De acordo com a diretora de Meio Ambiente da Sanepar, Maria Arlete Rosa, a delimitação da bacia como área de manancial é fundamental para assegurar a qualidade de água de abastecimento público. "Esse decreto consolida a política da Sanepar de proteger os mananciais e garantir saúde a população com água de boa qualidade", afirmou.

As quase 300 propriedades rurais localizadas dentro da Bacia dos Apertados terão que adequar suas atividades de acordo com a legislação ambiental. Arapongas tem 147 nascentes, que deverão ter área de proteção de 50 metros de mata. De acordo com Rasca Rodrigues, como há um processo histórico de degradação ambiental na região, os proprietários vão passar por um período de transição e terão assessoria técnica da Emater.

Entre as ações necessárias a serem adotadas, o secretário cita o plantio de mata ciliar, o cercamento da Áreas de Preservação Permanente (APP), evitando a pecuária no local, e o fim dos abastecedouros de pulverizadores de agrotóxicos diretamente nos ribeirões. "Haverá um filtro natural de proteção da água e do solo", disse.

Para assegurar a efetivação da área de manancial, o secretário afirma que haverá vistoria permanente dos agentes ambientais. "Os agricultores têm que entender que a região é importante para sua sobrevivência econômica, mas também para abastecer uma população. Eles não têm o direito de poluir o manancial", disse. Ele considera inaceitável a situação da bacia, que apresenta níveis de poluição capazes de suspender o abastecimento da população. "Este foi o único caso no Paraná. A situação chegou num ponto difícil de acreditar em função do manejo inadequado".

Dentre as várias irregularidades, Rasca avaliou como mais grave a poluição com agrotóxicos. "Pelas análises da água, foram identificados produtos de uso proibido no país. Portanto, eles estão sendo usados de forma criminosa. A entrada deve estar acontecendo por contrabando via Paraguai", disse. A Secretaria de Meio Ambiente irá solicitar ao Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) cópia dos receituários de agrotóxico na região.

O secretário ressaltou que o Paraná tem uma logística para recolhimento de embalagens de agrotóxico. "Os agricultores estão alegando que não sabem o que fazer com as embalagens. Mas o Paraná é exemplo no país nesse recolhimento. Vou falar com o promotor de Meio Ambiente para que convoque o representante desse projeto e explique porque não está havendo essa coleta", disse. Além disso, o secretário informou que será dado um prazo para que os agricultores se apresentem espontaneamente como portadores de embalagens e agrotóxico para ficarem livres de punição.




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