Crise global afeta mercado do carbono na Europa
Após atingir pela segunda vez a marca de 25 desde o início de setembro, o contrato padrão de EUAs (Permissões da União Européia) para dezembro de 2008 fechou em 21,81 na Bolsa Européia do Clima na quarta. O preço equivale a uma queda de 13% ao longo das duas últimas semanas, o valor mais baixo em dois meses e bem inferior ao pico causado pelo petróleo no início de julho, de 29,30.
Os contratos datados para mais adiante apresentaram quedas ainda maiores, com declínios mais acentuados para 2012. Os contratos para dezembro de 2009 caíram para 22,60, os de dezembro 2010 para 23,23 e dezembro 2012 para 25,29. Antecipando taxas de juros mais baixas, os negociadores determinam os custo de inatividade adicionados aos preços futuros do carbono também em baixa, reduzindo os preços dos contratos.
No meio da volatilidade dos preços das commodities de combustíveis fósseis, especialmente do petróleo, não existem sinais claros para as usinas de energia sobre o valor das permissões de emissão para o setor determinados pelos custos relativos do carvão e do gás. Além disso, os temores de que a Europa e o resto do ocidente entre em recessão também está pesando sobre todos os mercados, incluindo o de carbono. Atividades econômicas mais baixas significam menores emissões das indústrias e usinas de energia, reduzindo a demanda por EUAs.
O mercado de RCEs (Reduções Certificadas de Emissão) secundárias está de alguma maneira isolado da volatilidade exterior, resultando em um estreitamento do desconto em relação às EUAs de cerca de 3 no contrato padrão. As RCEs para dezembro de 2008 fecharam em 18,78 nesta quarta, uma baixa de apenas 7% em relação ao dia anterior, apesar de que, na semana passada, os preços também alcançaram uma baixa de dois meses.
Os volumes negociados têm se recuperado nas últimas semanas seguindo o final das férias européias de verão.
< voltar