Cimenteiras investem no co-processamento de resíduos
Os pneus, por exemplo, também têm sido utilizados como alternativa ao coque de petróleo combustível tradicionalmente usado na produção do cimento. Por essa razão, cada vez mais cimenteiras têm adotado o uso desse material em suas unidades, já que a queima do insumo contribui para a preservação do meio ambiente e ainda colabora com as práticas de saneamento básico, evitando doenças.
Apenas no Brasil, das 65 unidades cimenteiras destinadas à moagem e fabricação do cimento, 31 estão licenciadas por órgãos ambientais estaduais para realizar o co-processamento e quatro aguardam certificação. Deste total, 20 já estão autorizadas a executar a queima de pneus em fornos.
A abrangência dessa atividade é tamanha, que praticamente todos os estados das regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-oeste já têm ao menos uma unidade licenciada para a técnica. O co-processamento é conhecido mundialmente desde a década de 70.
Contudo, a técnica apenas se consolidou no Brasil a partir dos anos 90, devido à necessidade de preparo da indústria, que demanda altos investimentos em tecnologias e adequações a normas ambientais. Afinal, adaptar os níveis de emissão estipulados pelas regulamentações nacionais (Resolução CONAMA 264/99 e 316/02) exige dos fabricantes filtros de alta tecnologia, profissionais capacitados e modernos equipamentos de monitoramento para o controle da emissão de componentes na atmosfera.
Além dos pneus, o Brasil também se destaca no co-processamento de resíduos de diversos segmentos da indústria siderúrgica, petroquímica, automobilística, de alumínio, embalagens e celulose. A estimativa é que 1 milhão de toneladas sejam reaproveitadas em fornos de cimento por ano.
< voltar