Mudanças climáticas entram no cálculo do eleitor brasileiro

Data: 12/02/2010

Mudanças climáticas entram no cálculo do eleitor brasileiro


Dois em cada três brasileiros vão ir às urnas pensando em algo mais do que emprego, bolsa família ou impostos: a novidade é à entrada das mudanças climáticas na agenda do eleitor. Os furações extratropicais no Sul do país, os alagamentos e chuvas torrenciais em Belo Horizonte e São Paulo, o radicalismo da seca no Nordeste e as temperaturas cada vez mais extremas em todo o país estão forçando um novo tema na cabeça do votante brasileiro.

66% dos brasileiros vão decidir seu voto levando em consideração como os candidatos se posicionam diante desta questão, que hoje adquire um tom tão dramático quanto à fome ou a recessão e tão cotidiano como o desemprego ou a inflação.


Pergunta: Mudanças climáticas serão um dos mais importantes assuntos que influenciarão meu voto nas próximas eleições (2010).


Concorda totalmente: 38,2%
Concorda em parte: 27,6%
Soma dos Concorda: 65,8%

Discorda em parte: 14,7%
Discorda totalmente: 15,4%
Soma dos Discorda: 30,1%

Não concorda nem discorda: 1,9%
NS/NR: 2,1%

Total: 100%


Quem diz que vai levar mais em conta a questão ambiental na hora de escolher candidato?


Os jovens são os mais sensíveis à mobilização eleitoral ao redor da questão das mudanças climáticas: 73% dos que têm 18-24 anos colocam a questão no topo da agenda, o menor percentual está entre os mais velhos (55-69 anos= 52%), criando um corte geracional importantíssimo ao redor do tema. As mulheres são também um pouco mais preocupadas pelo tema do que os homens (68% vs. 64%).

Surpreendemente, não é a elite econômica. As classes, média e média baixa são as mais sensibilizadas pela questão e as que, portanto, teriam maior receptividade para uma candidatura que coloque no centro do debate a questão ambiental. Em termos regionais são as cidades do Nordeste (Recife: 86% e Salvador: 75%) e Goiânia (73%) as que aderem mais a uma plataforma sobre mudanças climáticas. Os eleitores de Brasília são os que dão menor peso a questão (só 50% deles vs. a média nacional de 66%).


Fonte: pesquisa Barômetro Ambiental da Market Analysis, realizado com 835 adultos com 18 ou mais anos residentes nas nove maiores capitais do país (São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Porto Alegre, Curitiba, Goiânia e Brasília). Entrevistas realizadas por telefone durante o mês de Julho de 2009. Margem de erro = +/- 3.4%.


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