Bueiro inteligente que filtra mau cheiro é criado via "open innovation"

Data: 10/02/2010

Bueiro inteligente que filtra mau cheiro é criado via


O professor de matemática Walton Filho criou uma tampa de bueiro com vazão seletiva que filtra o mau cheiro e facilita a limpeza pública. O artefato está sendo produzido pela Plastpur, em Osasco, e vendido a prefeituras.

Toda inovação tem uma história por trás. A da tampa de bueiro inteligente e removível não é diferente. Ela surgiu antes de 2007, num restaurante na cidade de São Paulo que foi invadido pelo mau cheiro do esgoto.

Anos depois, este mal-estar levou à criação da peça que não só começa a ser comercializada pela Plastpur para prefeituras, mas também abriu os olhos dos sócios para o setor de saneamento básico, que está em franco crescimento no país.

"Nosso 'professor pardal', o Walton trouxe a ideia e vimos o potencial", lembrou Mário Beraldo, diretor comercial e sócio da Plastpur, localizada em Osasco, na região metropolitana de São Paulo. "Ele estava almoçando com família e percebeu o mau cheiro, o que o levou a pesquisar uma solução."

A ideia original era apenas selar os bueiros para evitar a exalação do mau-cheiro, mas acabou numa solução que facilita a limpeza pública e pode até controlar pestes como ratos e baratas.

Por meio de uma 'bandeja' que sela o bueiro com uma mola, os detritos da rua são coletados e podem ser mais facilmente limpos pelas equipes de manutenção das galerias do poder público que simplesmente removem e recolocam o artefato.

"Os testes que fizemos mostraram que se economiza tempo e esforço também," explicou. "Cai de tudo neste bueiro inteligente, como bituca de cigarros e folhas, mas o importante é que se ele não for limpo ele abre para deixar passar a água da chuva se houver uma precipitação forte".

Walton, professor de matemática, levou a ideia no papel para Plastpur, que produz artefatos de poliuretano como cabeceira de camas para hospitais e produtos especializados. Com investimentos de R$50 mil, vários protótipos foram feitos, inclusive de fibra de vidro. Mas depois escolherem o poliuretano reforçado de fibra para o produto final.

Após esta etapa, a empresa de 15 funcionários começou a fazer moldes e adequar a linha de produção. No total, foram R$150 mil investidos, inclusive pagamento de royalties para Walton Filho, que é quem detém a patente do produto.

A inovação faz parte da empresa que, após 15 anos de existência, começa a se voltar para o mercado de saneamento básico com investimentos próprios para desenhar novos produtos e adequar a linha de produção.

"O melhor jeito de inovar é conversando com o público e o melhor lugar para isso é participando de feiras e congressos," disse Belardo.

Mas é um processo demorado. Se a tampa de bueiro levou mais de dois anos para sair do papel, a próxima inovação, que deve chegar ao mercado no segundo semestre, está sendo desenvolvida em mais de meia década e investimentos de R$300 mil.

"Meu sócio teve a ideia deste novo produto em 2002 e só agora começa a passar por testes de hidrólise e resistência," disse Belardo explicando que não poderia revelar qual era a novidade por razões estratégicas.

Além disso, aberta a novas ideias de terceiros, a empresa espera a conclusão de pesquisa do próprio professor Walton para um novo processo de limpeza de esgoto.

"Ele ainda não revelou exatamente como funcionará, mas vamos esperar ele apresentar", disse.

do Portal do Meio Ambiente


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